O Recife ficou fora dessa. Enfrentando, como a Capital, problemas crônicos no abastecimento de remédios de seus hospitais e postos de saúde, onze municípios do Estado decidiram participar do Consórcio Público de Pernambuco, para comprar medicamentos por preços bem menores. E garantir, assim, assistência aos nossos tão castigados pacientes da rede pública de saúde. Através do Comupe, os prefeitos conseguem peitar os fornecedores, e conquistam custos bem menores do que se fizessem as compras em caráter isolado. A diferença média é de 30 por cento, mas foram registradas reduções de até 57 por cento em alguns insumos. A abrangência do Comupe vai do Sertão à Região Metropolitana.
Mas ninguém sabe porque motivos, só uma prefeitura do Grande Recife (Moreno) entrou até agora nesse esforço, que tanta economia proporciona aos cofres públicos. O Consórcio foi criado em 2014 pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). No Estado, há pelo menos onze outros consórcios, dos quais participam 163 municípios. Mas o Comupe só reúne até agora onze prefeituras, inclusive as de Afogados de Ingazeira, Pesqueira, São Bento do Uma e Serra Talhada. De acordo com o Presidente do Comupe, José Patriota, após conhecer os resultados de outros consórcios e verificar a redução de custos, a saída foi criar o Comupe, para atuar na aquisição de medicamentos, uma área onde o poder público, muitas vezes, se transforma em refém de laboratórios farmacêuticos. “A perspectiva é de economizar recursos, garantindo assistência à população, é uma das principais vantagens para os municípios que aderirem ao Comupe”, diz Patriota, que é Prefeito de Afogados da Ingazeira.
O Comupe pretende atuar em três linhas de ação: Saúde, Saneamento Básico e na elaboração de Projetos e Captação de Recursos. Por enquanto, só o de Saúde está ativo, tendo licitado até agora 164 medicamentos, beneficiando cerca de 500 mil pessoas de onze municípios. “A economia média é de 30 por cento, sendo que na tira reagente para detecção .de Glicose, o preço caiu de R$ 45,00 (Referência) para R$ 19,00”, destaca Fátima Brasileiro, Assessora Técnica do Comupe. A redução, portanto, foi de 57 por cento. Em escala, isso deve render uma boa economia. O fato do município participar de um consórcio, não impede que ele tome parte em um outro, como o Comupe. A aquisição é feita através de processo licitatório. E a plataforma utilizada é a do Banco do Brasil, que permite participação de todos os laboratórios do País. A união, enfim, faz a força, já dizia o velho ditado.
Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife
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