“O menor museu do mundo”

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Pernambuco tem mania de grandeza. Costuma dizer que está “falando para o mundo”, que tem a avenida com a maior extensão em linha reta da América Latina (Av Caxangá), e que  chegou a responder pelo maior conjunto habitacional da América do Sul (Inês Andreazza). Também se orgulha de ter entrado no Livro Guinness dos Recordes por ter o maior bloco de carnaval do mundo (O Galo da Madrugada) . E se vangloria de ter o melhor e maior São João do mundo (Caruaru). Que tal, então, ter o menor museu do mundo? Ele funcionará no Centro de Criação Galpão das Artes, que fica em Limoeiro, a 77 quilômetros do Recife (foto acima)

O seu endereço é a Rua Vigário Joaquim Pinto, 465, no Centro daquele município. O menor museu do mundo (à esquerda) está em vias de inauguração. E, com certeza, deve ser o menor do mundo mesmo. Pois é um cubículo, mas muito bem arrumadinho, onde está depositado um acervo de brinquedos populares do Nordeste. Como estamos no Dia da Criança, o #OxeRecife faz questão de dar o “furo”.

O Museu, que já está praticamente pronto, será chamado de Museu Maria da Luz, segundo o Presidente do Galpão das Artes, Fábio André de Andrade e Silva (foto ao lado).  Ele diz que o nome do museu é uma homenagem a uma artesã da cidade de Limoeiro, já falecida. Ela utilizava palha de milho para fazer bonitas flores artesanais, com as quais presenteava as filhas.

 

Entre os brinquedos já reunidos no acervo encontram-se mané gostoso, bonecos articulados, mamulengos, potes de barro (para quebra panela), bolas de gude, pipas coloridas, bonecas de pano, dorminhocas, rói rói, pião de madeira, entre outros. Mas o que mais me chamou a atenção foi um que eu não conhecia, o baragandão (pendurado, à esquerda), confeccionado com fitas.

O objeto não chega a ser um brinquedo vistoso, como as pipas multicores.  O que chama a atenção nesse brinquedo é que ele não se restringe ao universo infantil. Mas também ao do adulto. É que  quando as pessoas se juntavam para conversar no interior, principalmente as mulheres, sempre havia aquelas tímidas, que tinham dificuldade de soltar a verve. Então, as amigas costumavam dar o baragandão para que tímida o agitasse bastante. E à medida que a pessoa agitava o baragandão, fazendo voar suas fitas em movimentos circulares,  iam se soltando, confessando seus temores, frustrações, suas histórias. Abrindo mesmo o verbo.  Ou seja, uma verdadeira terapia, hoje utilizada no Galpão das Artes , para deixar as crianças à vontade para criarem histórias.

Veja como funciona o baragandão, no vídeo abaixo, conforme mostra Fábio André, idealizador e presidente do Galpão das Artes.

 

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Texto, foto e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife

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