Quem anda pelas ruas da Capital, sempre se depara com Moisés Luiz da Silva, 45, pernambucano de Itaquitinga, morando há 34 no Recife. É que ele tem uma alegria contagiante. Quando passa com sua bike, tem gente que quer cumprimentá-lo, filmá-lo ou retribuir seu sorriso. Diariamente, Moisés Joice, como também é conhecido, pedala do bairro de Dois Irmãos até a Boa Vista, no Centro, onde trabalha em um consultório. Faz serviços bancários, entrega correspondência, cobranças, tudo na sua bicicleta. “Rodo todo o Recife, espalhando alegria, sorrisos”, diz.
É verdade. Por onde passa, faz questão de disseminar o seu bom astral, logo denunciado pela inseparável peruca de filó colorido, pelo seu grito de “guerra” e pelo bom humor. “É preciso espalhar alegria. O povo está triste, anda tudo de cabeça baixa. É necessário sorrir. Quando faço minhas brincadeiras, o povo ri e diz que ganhou o dia”, justifica. “Oia prá aí, quando isso acontece é muito legal”, acrescenta. Esse excesso de alegria tinha que servir para alguma coisa. E serve. Ele trabalha há 27 no consultório, mas há seis resolveu diversificar. É palhaço nas horas vagas. Interpreta pelo menos 20 personagens.
E oferece apresentações variadas, dependendo do gosto da necessidade e do freguês. “Faço festas infantis, palhaço pobre, palhaço de luxo, a dupla Patati-Patatá, Galinha Pintadinha, o que for preciso”. O cachê varia, dependendo do tipo da demanda. Pode ficar entre R$ 350 e R$ 400. Eu cruzava com ele diariamente nas ruas do Recife. Curiosa, um dia decidi parar, para conversar, aproveitando que ele estava em uma borracharia, já que havia furado o pneu de sua bike. O imprevisto foi enfrentado, como sempre, com sorriso e bom humor. Para Joice, não tem tempo ruim. “Hoje mesmo eu estava na minha bike, imitando uma ambulância, ou o au au da polícia, e as pessoas começaram a rir. Teve até um rapaz que me filmou, e disse ia levar a minha alegria para o resto do dia”, comemora. Veja o vídeo do grito sirene do homem alegria.