O bairro da Tamarineira e o “verde oásis” no meio da selva de concreto

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Parem de derrubar árvores. É só o que dá vontade de dizer, quando a gente contempla a foto do colega Grinaldo Gadelha, da Gadelharia Indústria Criativa e que, como eu, pertence ao Grupo Bora Preservar. Com seu olhar de Raio-X e seu inseparável drone, ele vem captando imagens inéditas do Recife. E que mostram a quantas andam o nosso patrimônio arquitetônico, histórico e o verde. Essa foto exibe a situação a que chegou, hoje, o antes bucólico bairro da Tamarineira. Ali, como você pode observar, a especulação imobiliária acabou com os sítios, quintais e jardins. Sobrou a selva de concreto.

Pelo que se observa, de verde só resta mesmo o terreno onde fica o Hospital Ulysses Pernambucano, o mais famoso estabelecimento de atendimento psiquiátrico do Recife, mais conhecido por Hospício da Tamarineira. E que já esteve bem perto de virar um shopping center. A população se mobilizou, exigiu que a área fosse preservada e as autoridades prometeram que ali seria implantado um parque. Como o da Jaqueira, o mais frequentado da cidade. Mas até hoje não virou. Durante a campanha eleitoral, o Prefeito João Campos (PSB) prometeu que a área será um parque.. Vamos ver se a promessa será cumprida. Caso contrário, a área se transformará nisso que vocês observam no entorno. Esperamos que, se implantado, o Parque da Tamarineira não siga o exemplo do Parque Dona Lindu, que tem mais concreto do que verde. E que para ser construído, destruíu o último coqueiral à beira mar que restava no Recife. Até hoje, ninguém sabe como o arboricídio foi compensado.

Veja o que Grinaldo postou sobre a Tamarineira no Grupo Bora Preservar:

Nosso bom dia de hoje segue com essa imagem rara do oásis verde, localizado no bairro da Tamarineira. Segundo o livro O Recife e Seus Bairros, do autor  Carlos Bezerra Cavalcanti, da editora da Câmara Municipal do Recife (1998), nesse local no final do século 19 existia o Sítio da Tamarineira. O loteamento foi iniciado em 1882. Tinha uma área de aproximadamente 100,9 hectares. Mas algumas publicações sobre a história do Recife explicam que na verdade existia uma árvore ali – no cruzamento da Avenida Rosa e Silva com a Estrada Velha de Água Fria. Na época, teve início a construção do Hospital dos Alienados, que foi finalmente inaugurado em 10 de janeiro de 1887, sendo para ele transferidos os doentes mentais da Santa Casa de Misericórdia de Olinda. Com o tempo, o nome da árvore do tamarindo acabou sendo associado também ao hospital psiquiátrico. Como no Rio se falava informalmente que uma pessoa era pinel (louco), no Recife passou-se a dizer que a pessoa sem juízo é louco da Tamarineira. Uma alusão desrespeitosa, mas que se usa ainda hoje. O antigo bairro, que era chamado de Cruz das Almas passou a ser chamado de Tamarineira até hoje. A despeito dos arranha-céus que se instalaram no bairro da Tamarineira que fica entre as localidades do Parnamirim, Mangabeira, Jaqueira e Rosarinho, destaca-se a área rodeada de árvores centenárias e plantas coloridas. Ressalte-se que a prefeitura do Recife garantiu a utilização dessa área onde funciona hoje o Hospital Ulysses Pernambucano (Hospital da Tamarineira) e o Hospital Helena Moura, como parque cujo decreto com os parâmetros urbanísticos para a ocupação do terreno foi publicado no Diário Oficial do Estado, em 06.11.2020. Vamos torcer para que o Parque da Tamarineira não fique apenas no papel.  O Recife merece o verde!

Nos links abaixo, você confere informações sobre Grinaldo e sua Gadelharia Criativa, sobre o Bora Preservar e bairro da Tamarineira, entre outros.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Grinaldo Gadelha / Gadelharia Indústria Criativa / Grupo Bora Preservar

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