Novas entregas voluntárias de animais

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Vejam que coisa boa. Finalmente as pessoas estão se conscientizando do mal que fazem aos animais, mantendo-os em cativeiro. Outras querem ficar de acordo com a lei – que proíbe a presença de animais silvestres em ambientes domésticos – e começam a encaminhar os bichinhos para a Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh). Nesta semana, 15 pássaros e um papagaio-do-mangue (Amazona amazônica) foram entregues à Cprh, por conta de entregas voluntárias. E também uma tartaruguinha.

Uma das iniciativas partiu do barbeiro Alyson Luiz da Silva, morador de Roda de Fogo, na Zona Oeste do Recife. Ele criava o papagaio-do-mangue e um sanhaçu há dois anos. E decidiu pesquisar na Internet a forma de regularizar a situação para ficar “certinho com lei”. De acordo com a Cprh, ele terminou entendendo que só animais oriundos de criadouros legalizados podem ser criados em casa. E entregou as aves. Criação de animais silvestres pegos na natureza ou comercializados de forma irregular configura crime ambiental. Até porque a maioria é vítima de tráfico. “Alyson informou que veio de dentro do coração a decisão de fazer a entrega”, informa, em nota, a Cprh.

”Eu cuidava bem deles, procurei regularizar e vi que não podia. Entendi que eles poderiam até ser felizes em minha casa, mas que serão bem mais junto com outros de suas espécies, na natureza”, completou.  Ele é irmão do pedreiro Francisco da Silva, que em agosto de 2017 ficou famoso, ao salvar uma capivara. O animal chegou perto de virar churrasco, mas Francisco andou vários quilômetros empurrando um carro de mão emprestado, para entregar a capivara em órgãos oficiais.  A ação de Francisco contribuiu para a decisão do barbeiro. Já o técnico em refrigeração Luís Sebastião da Silva Júnior, no momento desempregado,  procurou a Cprh para entregar 14 pássaros que eram criados pelo seu pai, falecido recentemente.

Morador do Alto José Bonifácio, em Casa Amarela, ele revelou que, junto com a mãe, cuidou das aves com todo carinho por dois meses. Chegou até a ser assediado para vendê-los, mas que não via isso como o caminho adequado. Fez então uma pesquisa na internet, chegou ao site da Cprh (www.cprh.pe.gov.br) e procurou o órgão. “Entendo que fiz um bem social. Vi com minha mãe que o melhor não era vender, mas entregar para que cuidassem e devolvessem os passarinhos à natureza”, contou.  Na última quarta-feira, o menino Ayrton Lucas, sete anos, esteve na Cprh com os avós, Silvana Martins e José Brasil. Foi entregar uma tartaruga jurará, que ganhara de presente de uma desconhecida. Os animais estão agora no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres da Cprh (Cetas Tangara). E serão devolvidos à natureza. Ainda bem.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife Foto: Cprh/ Divulgção

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