Agremiação carnavalesca completamente anárquica e que surgiu no período da ditadura, como tantas outras que apareciam como grito de protesto contra o regime de exceção da época – como “Sai na marra”, “O bêbado e o equilibrista” e “Eu acho é pouco – a Troça Carnavalesca Nóis Sofre Mais nóis goza” não fará concentração nem desfile, em 2023. A troça costuma se reunir no início da tarde na Rua 7 de Setembro, onde no passado ficava a sede da Livro 7, ena qual praticamente tudo começou.
Porém, a “Nóis sofre” perdeu duas figuras muito importantes na história da troça para a Covid-19: o livreiro Tarcísio Pereira (da extinta Livro 7) e o cartunista Lailson. Embora não tenha sido fundador da troça, Tarcísio foi praticamente o responsável por tê-la mantido nas ruas, ao longo de tantos anos. Já Lailson foi o responsável pela ilustração de 98 por cento das camisetas da Troça. Enquanto essa escriba aqui – porta-estandarte da agremiação – sempre ajudou na divulgação, na bolação dos temas para as camisetas, na escolha dos homenageados, na idealização do desfile de fantasias “Ganhe a cerveja do seu carnaval“, que tinha característica diferente dos convencionais. No começo, nós costumávamos definir os temas das fantasias, de cujo concurso os integrantes também participavam, só para satirizar o regime político, os governantes, as políticas sociais falidas do governo.
O que contava na pontuação do concurso, não eram paetês, lantejoulas, brilhos nem plumas, mas sim a sátira política e social. E ela nunca faltou. Os prêmios eram simbólicos, motivo pelo qual o nome do concurso fazia referência à cerveja, para se brincar os quatro dias de festa. Depois do fim do casamento com Seu Sete, minha participação se reduziu, limitando-se a ajudar na divulgação da Troça. porém nunca deixei de marcar presença, nunca deixei de levar o estandarte (o qual já carreguei até com o pé quebrado) e de amar o “Nóis sofre mais nóis goza”. Assim mesmo, com a letra I no mais, que foi como o “letreirista” grafou nas faixas anunciando as primeiras saídas do bloco, que eram colocadas na Rua Sete e Setembro, com o “patrocínio” da Livro 7.
Lembro que Tarcísio ficou aflito com o “mais”, porém o sociólogo Roberto Aguiar, então grande amigo e um dos fundadores, aconselhou: “Deixa assim mesmo, o povo também erra”. E ficou, embora no estandarte mais recente o “mais” virou “mas” . Bom, gente, isso é só para dizer que em 2024, se Deus quiser , estivermos vivos e nenhuma nova pandemia aparecer, o “Nóis sofre mais nóis goza” deve ir à rua, para comemorar os seus 50 anos de existência, anarquia e gritaria. Quando surgiu, o carnaval do Recife era morgado no Sábado de Zé Pereira. O Galo da Madrugada saía realmente de madrugada, e o Recife era paradão. Ficava um vácuo na tarde do sábado e a Troça animava as ruas. Quando o Galo começou a crescer, virou opção para quem queria fugir da multidão. Depois, conto toda a sua história. “Nóis sofre mais nóis goza”.
Abaixo, você confere mais informações sobre o “Nóis sofre mais nóis goza” e carnaval em geral.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: “Nóis sofre mais nóis goza”