A Troça Carnavalesca Independente Nóis Sofre Mais Nóis Goza” tem 42 anos e vai às ruas, de novo, neste Sábado de Zé Pereira, com grande orquestra de frevo. Aí na foto, estão três foliões assíduos: eu e meus amigos Cícero Belmar e Manoel Constantino. A agremiação surgiu na época da ditadura, como muitas outras formadas por pessoas que defendiam a democracia, em um tempo onde qualquer palavra de protesto era tida como subversão.
E os foliões democratas usavam o carnaval, como forma de reagir. No concurso de fantasias que o “Nois Sofre’ realizava, o que valia não era lantejoula nem paetê, mas sim a ironia e, sobretudo, a sátira política. Fiel à sua tradição, o Nóis Sofre estampa as camisetas da Troça com a “ratoeira” que tomou conta do Brasil, cujos representantes encontram-se em Brasília.
A ilustração é do cartunista Lailson ,outra tradição da Troça, pois as ilustra há pelo menos três décadas. As camisetas encontram-se à venda em três pontos da Sete de Setembro: Restaurante Confraria do Poeta, na Banca de Revistas do Manuel e ainda na Lanchonete Cascatinha. Também serão comercializadas na rua, no dia do desfile. O preço não muda há três anos: R$ 25 a unidade. No mais, é o de sempre: cair na gandaia.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife