Dia para festejar a Democracia. E também para assinalar a sua importância, para lembrar que a ditadura não pode se repetir e que o Brasil não comporta mais leis de exceção, arbítrio e golpes no estado de direito. Tudo para repudiar os atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado, quando manifestantes golpistas invadiram as sedes dos três poderes em Brasília, na tentativa de desestabilizar o resultado do pleito nacional que elegeu Lula e de prolongar o mandato do estrupício que governou o Brasil por quatro anos. Ou melhor, desgovernou.
No Recife, o ato chamado “Democrcia Inabalada” ocorreu na Rua da Aurora, no Centro, em local bem simbólico: em volta do “Monumento Tortura Nunca Mais”, que foi ali erguido para lembrar o que acontecia nas masmorras do regime implantado no Brasil em 1964, e ao pé do qual constam nomes de vítimas de verdadeiros democratas que foram sequestrados, torturados e, enfim, assassinados em Pernambuco, durante o regime de exceção. Aquela ditadura que o estrupício que -queria governar o país para sempre e destruir tudo de bom , inclusive a floresta amazônica – dizia “nunca ter existido”.
No Recife, o ato foi convocado pelo Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Chendec), CUT, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), sindicatos, organizações não governamentais e partidos de esquerda. Representações estudantis, do Ministério Público de Pernambuco, deputados e vereadores de legendas – como PSOL, PT, PC do B – participaram do ato, que terminou com um abraço em volta do monumento. Entre os oradores estavam também, representantes da Igreja Católica, como o padre Aloísio Fragoso.
Aos gritos de “fascistas não passarão”, “viva à democracia”, “Bolsonaro na prisão”, e “ditadura nunca mais”, os manifestantes faziam questão de ressaltar a importância da atuação das instituições democráticas – Legislativo, Executivo e Judiciário – para evitar que o golpe pretendido em 8 de janeiro passado fosse consumado. “Os ditadores não admitem que haja divergência do interesse deles, querem ditar e por pouco não tomaram o país. A grande resistência que fizemos foi pelo voto. Não podemos abrir mão da democracia no Brasil”, lembravam os animadores no serviço de som do ato. Para quem não quer ficar só no ato, que tal visitar o Memorial da Democracia, que fica no Sítio da Trindade (no bairro de Casa Amarela), que traz toda a memória da ditadura de 1964, incluindo suas vítimas?
Em Brasília, a Governadora Raquel Lyra (PSDB) participou do ato Democracia Inabalada. “Fazemos parte de um Estado Democrático de Direito. Os valores democráticos são essenciais na nossa Constituição Federal. Estivemos presentes no ato do dia 9 de janeiro do ano passado em solidariedade, em respeito às instituições e reafirmando o nosso compromisso com a democracia. E hoje, mais uma vez, estamos nos colocando, pois quando a democracia falta, ela não falta só para um partido, falta para o nosso povo, destacou .
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife