Nem boi faz pasto na Praça José Vilela

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As praças do Recife precisam, urgentemente, de cuidados. Quase todas, em subúrbios mais distantes ou em bairros mais sofisticados – como Casa Forte, Apipucos, Jaqueira, Boa Viagem e até no Recife Antigo – estão sem conservação adequada: bancos quebrados, grama seca, lixo acumulado, plantas morrendo de inanição. Hoje vamos falar da José Vilela, que fica no Parnamirim, por onde andei nesta quarta-feira, em minha caminhada matinal. Está de fazer dó. Até um cavalo que por lá passava, pareceu desanimado pela falta de pasto. Ou seja, de gramado. Aliás, nos últimos anos, quando chega a estação quente, os recifenses já sabem o que esperar: mais um verão de grama seca. Ou morta mesmo, como se vê na foto desse post.

Adotada até o ano passado, a Praça José Vilela está virando um areal.
Adotada até o ano passado, a Praça José Vilela está virando um areal, uma cena pouco  recomendável .

Faz muito tempo, mas muito tempo mesmo, que não vejo um caminhão-tanque irrigando as praças do Recife, os jardins ou as margens de canais, como o da Avenida Magalhães, por exemplo. Essa era uma cena comum em gestões passadas, principalmente à noite. Para falar a verdade, a última vez que vi um nesse tipo de serviço, foi no ano passado, em novembro. E adivinhe onde: no Cemitério de Santo Amaro. Também pudera. Foi perto do Dia de Finados. Voltando à José Vilela, ela foi adotada até o ano passado por um colégio particular, que não zelou pelo local como deveria. Na época, havia bancos dos quais só restava a armação de ferro.

Hoje, dos 26, apenas dois estão quebrados. Mas isso só, não conta. As plantas estão morrendo, o gramado sumiu e há lixo em todos os lugares. “Isso aqui faz pena, moça. Uma praça que nem verde tem mais, como é que pode?”, indaga, em tom de reclamação, a ambulante Carolina Monteiro, que vende água mineral, pipoca e passa jogo no local. “Só quem molha sou eu, com a água que derrete do gelo. Mas só dá para uma planta”, conta, enquanto joga o líquido em algumas “espadas de São Jorge”. As pedras portuguesas da calçada da Praça estão soltas, trazendo risco de queda para os pedestres. E a intervenção mais recente não deu em nada. Rampas de acessibilidade, cujo material utilizado deve ter sido tão ruim, em menos de um mês depois de instaladas, já viraram pó. Pode um negócio desse? #OxeRecife, pode não. A julgar pela placa que consta no local, a última reforma da José Vilela aconteceu em 2000, quando era Prefeito Roberto Magalhães. De lá prá cá, pelo que se vê, só abandono mesmo. Com a palavra, a Emlurb, órgão responsável pela manutenção desses “respiradores” no meio da selva de pedra que o Recife vem se tornando.

Fotos: Letícia Lins / #OxeRecife.

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