As tardes domingueiras do Poço das Artes estão se tornando um hábito para boa parte de moradores da Zona Norte. Como vocês sabem, o Projeto Poço das Artes movimenta o Poço da Panela com rodadas de chorinho. Mas como em janeiro tudo já é carnaval no Recife, além do chorinho, teve, também, uns frevinhos maravilhosos executados pelo grupo comandado por Betto do Bandolim. Até o artista Walmir Chagas, o famoso Véio Mangaba, baixou lá com seu pandeiro.
O forrozeiro Maciel Melo, em um cantinho, se divertia ouvindo os músicos. “Trabalho muito o ano inteiro, mas nesse carnaval quero mais é me divertir, não podia perder uma tarde dessa”, disse. A tarde foi a segunda edição do Poço das Artes voltada para o carnaval. Por esse motivo, artesãs do Recife expuseram seus trabalhos e adereços para a maior festa popular da cidade. Entre elas, Ester Bispo e Teca Pontes.
Mas o mais curioso era o tema do encontro: Mulher de Bigode, que foi inspirado em Frida Kahlo, a grande artista mexicana, famosa pela sua arte, e pela presença marcante, inclusive pelo excesso de pelos que tinha no rosto. Frida foi um exemplo de superação. Sofreu um acidente, morria de dores, passou muito tempo doente, mas mesmo assim viveu e amou como quis.
Quase todas as mulheres que compareceram ao evento Mulher de Bigode(bloco carnavalesco que surgiu para se contrapor aos Barbas, do Poço da Panela) se submeteram a maquiagens que as deixaram de bigode. Luís Carlos Santos levou para lá sua mania de lambe-lambe, e fotografava as mulheres bigodudas, Foi uma diversão. No clima, teve homem que se vestiu de mulher, com indumentárias também no espírito de Frida que, se vivesse hoje, seria chamada de “emponderada”. Veja o vídeo do frevo, em tarde de chorinhos.
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Texto, foto e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife