Mostra “Obinrin-Kunhã” exibe danças populares apenas por mulheres

Quem gosta de espetáculos de dança tem com o que se divertir, dessa quinta-feira (14/7) até o próximo sábado (16/7). E o que é bom, para aqueles que ainda não se arriscarm a sair muito de casa, devido à crise sanitária, que ainda não acabou. É que hoje tem início a I Mostra Obinrin-Kunhã de Dança, que acontece em caráter virtual, com acesso livre pelo Youtube (canal I Mostra Obinrin-Kunhã de Dança), e link disponível no Instagram @mostraobinrinkunha.  Fique atento aos horários: quinta e sexta, a partir das 20h. E sábado, 19h.

Ao todo, serão apresentados 17 solos inéditos de dança, todos apresentados por mulheres. Cada solo tem duração de até 10 min, exaltando o brilho de mulheres com trajetórias expressivas em seus movimentos e danças tradicionais como caboclinhos, maracatu, afoxé, xaxado, cavalo-marinho, frevo, samba-de-roda, coco, capoeira, entre outras, além de rodas de diálogos. Os trabalhos serão distribuídos em eixos que dialogam sobre re(existência), memória, espiritualidade, história, ancestralidade e continuidade. O evento tem incentivo da Lei Aldir Blanc (2021).

Danças populares estão na ordem do dia em festival virtual que começa nessa quinta-feira

Entre as participantes que apresentarão seus solos, estão mestras da cultura popular, artistas da dança, brincantes e criadoras-intérpretes. São elas: Zenaide Bezerra, Mestra Jeane Ferreira, Mestra Nice Teles, Maria Inêz, Denise Maria, Luciana Souza, Mirtes Ferreira, Iara Campos, Taynã Fortunato, Janaína Santos, Juliana Ramos, Silvania Ramos, Priscilla Tawanny, Josy Siqueira, Islene Martins, Marcela Santos e Marcela Rabelo, que também é produtora cultural e idealizadora da mostra. Haverá rodas de diálogo também.

“Obinrin (Obìnrin em Yorùbá, mulher, força do feminino) e Kunhã (do tronco tupi-guarani, mulher, moça, liderança feminina) são palavras que se apresentam para nomear a mostra numa perspectiva de reflexão, de busca e de retomada de valores e princípios para pensar as danças populares, afro-indígenas e brasileiras como lugar de produção de conhecimento, reconhecimento de nossa história e do papel das mulheres neste processo”, explica a artista Marcela Rabelo, produtora cultural e idealizadora da mostra. “Através dos trabalhos solos apresentados por artistas da dança e da cultura popular, a mostra visa ressaltar o trabalho de mulheres, que através do fazer artístico, sociocultural e ritualístico, reconhecem sua própria identidade e história, frente a um mundo que cada vez mais insiste no apagamento, desvalorização e na invisibilidade da importância destas danças para o entendimento de si enquanto ser protagonista de uma humanidade que preza a coletividade dos seres”.   A Mostra conta no total com uma equipe de 40 profissionais, sendo que 80% são mulheres.

Abaixo, você confere outras informações sobre dança em Pernambuco

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PROGRAMAÇÃO
DIA 14/07 OBINRIN-KUNHÃ: RE(EXISTÊNCIA) E MEMÓRIA
A FORÇA DAS RUAS (1min30), Josy Siqueira
PENACHO AMARELO, MULHER E ANCESTRALIDADE CABOCLA (7min), Mestra Jeane Ferreira
IJÓ ASÈ ERÊ (4min), Janaina Santos
CORPO MEMÓRIA (7min28), Taynã Fortunato
SOU A BELEZA QUE DANÇA E NÃO SILENCIA (3min 46), Juliana Ramos
A RESISTÊNCIA DO MARACATU FEMININO DE BAQUE SOLTO CORAÇÃO NAZARENO (4min), Denise Maria
RODA DE DIÁLOGO 

DIA 15/07
OBINRIN-KUNHÃ: ESPIRITUALIDADE, HISTÓRIA E REVOLUÇÃO
JACIRA (5min39), Iara Campos
O FUTURO DO PASSADO E O PASSADO DO FUTURO (2min30), Islene Martins
MARAVILHOSAS PERNAMBUCANAS (7min), Priscilla Tawanny
MINHA DANÇA TEM HISTÓRIA! (6min), Mirtes Ferreira
TAPUIA DO CANINDÉ (8min), Silvania Ramos
SAUDAÇÃO AS YÁBÁS (5min), Maria Inêz
RODA DE DIÁLOGO

DIA 16/07
OBINRIN-KUNHÃ:  ANCESTRALIDADE E CONTINUIDADE
DE RAIZ PRA RAIZ (5min), Marcela Santos
NO PASSO DA VIDA…SÃO DOIS PARA LÁ DOIS PARA CÁ (3min), Zenaide Bezerra
O LEGADO (8min), Mestra Nice Teles
FOLHAS (3min), Luciana Souza
DA SERPENTE À ROSEIRA, SALVE AS ARRUACEIRAS! (8min),  Marcela Rabelo
RODA DE DIÁLOGO

Texto:  Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação

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