Ministério Público “aperta” o correio

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Você já deve ter recebido uma fatura do cartão de crédito depois do vencimento. Ou um convite de casamento ou  aniversário, que só chegou após a festa. Teve um tempo que o correio era tão precário no Brasil, que as pessoas utilizavam o fato para justificar o ato de não ter enviado resposta a alguma carta recebida. “Deve ter extraviado, não chegou nada”. Depois, ficou inviável mentir dessa forma, porque a empresa virou um primor de organização. Pois agora voltou tudo à bagunça de antes. Nem o Sedex, que era um exemplo de pontualidade na entrega de encomendas, é mais aquele. Virou tudo de cabeça para baixo. Correspondência entregue em dia? Nem pensar. Há  faturas que chegam com mais de uma semana de atraso. E encomendas que desaparecem. É absurdo, mas acontece. E muito.

Foi por esse motivo que o Ministério Público Federal em Pernambuco ajuizou ação civil pública, para que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos preste seus serviços de “maneira satisfatória”, mediante lotação adequada de servidores no Estado. O MPF-PE ainda exige correção de outros procedimentos em caráter nacional. O caso está com o Procurador da República Alfredo Falcão Júnior. Na ação, o MPF requer que seja estabelecido, em caráter nacional, programa de melhoria no atendimento de encomendas, indicando responsabilidades no caso de extravio de mercadorias (o que está cada vez mais comum).

Também exige que a empresa divulgue para o público externo os meios para que os consumidores possam fazer suas reclamações, assim como condições de deferimento de indenizações. Solicita que a categoria “carta registrada nacional” ofereça rastreamento, ponto a ponto, o que não ocorre atualmente. Antes, as registradas demoravam, mas chegavam. Agora, somem sem explicação, apesar da postagem bem mais cara do que a comum. O MPF quer, ainda, que a Justiça condene os correios ao pagamento de danos morais coletivos, em decorrência “da notória falha na prestação de serviço”. De acordo com a assessoria de imprensa do MPF, vários inquéritos civis para apurar irregularidades na prestação de serviços foram instaurados.

“As reclamações incluem demora na entrega de encomendas enviadas nacional e internacionalmente, mau atendimento aos consumidores, devolução indevida e extravio de mercadorias postadas”. O MPF quer, ainda, que a Empresa contrate servidores em número adequado à demanda, e alega que a mão de obra terceirizada tem se mostrado ineficaz. No Recife, a demora é tão grande, que todos os dias, os galpões de entrega da empresa enchem de gente, atrás das mercadorias esperadas. Há pessoas que foram prejudicadas em datas simbólicas como aniversários, casamentos, dia dos namorados. Porque não receberam as encomendas nos prazos prometidos. Parece até que o correio está seguindo o exemplo de nossas operadoras de telefonia: Oi, Vivo, Tim.

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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