Mercado da Madalena, nova obra. Novo problema?

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Parece que uma hecatombe passou no Mercado da Madalena, como vocês podem ver na foto acima.  Há buraqueira entre os seus boxes e uma bagaceira sem fim nas calçadas no entorno daquele que é um dos mais populares mercados públicos do Recife. O que não dá para ninguém entender, é que há dois anos foi “concluída” uma obra no local, que custou nada menos de R$ 1 milhão 045 mil aos cofres públicos. A reforma, no entanto, ninguém sabe ninguém viu. Virou até piada entre os 180 locatários que dizem que a quantia serviu só para “reformar” os banheiros e “consertar algumas goteiras”. E foi tão  precária que não teve nem festa de inauguração depois de “terminada”.

Datado do início do século passado, o Mercado é um equipamento municipal. Mas sua obra anterior foi tocada pela então gestão  da Secretaria de Turismo de Pernambuco, tendo sido financiada pela Caixa Econômica e Ministério do Turismo. O destino do dinheiro ali “investido”, pelo menos até agora, não foi investigado ,ao que parece, pelo Tribunal de Contas do Estado.  O resultado, no entanto, é questionado por frequentadores e pelos seus comerciantes. Os serviços  executados eram tão invisíveis, que o nome da empresa responsável pela reforma chegou a ser coberto com tinta verde na placa oficial onde se anunciava o valor do investimento, o período previsto da obra, as “benfeitorias” que seriam realizadas. Pelo menos, foi o que observou o #OxeRecife, no ano passado, quando o cartaz gigante e oficial ainda estava lá.

Locatários do Mercado da Madalena reclamam da obra anterior não concluída, e temem pela atual.

No último dia 6, voltei ao Mercado da Madalena, para cumprir meu ritual de todo sábado. Ou seja, comprar ali castanhas brejeiras, manteiga de garrafa, frutas secas e o imperdível queijo de coalho Capitulino, que vem da pequena cidade de Capoeiras, no Agreste de Pernambuco. Pois quase que nem consigo chegar caminhando pela calçada do Mercado. Havia montanhas de pedras na passagem. Já os corredores internos, estavam uma buraqueira só. A informação entre os comerciantes, é que estão sendo substituídas as tubulações de esgoto. Por conta disso, muitos vendedores – incluindo os de alimentos – estavam sem uma gota d´água em suas torneiras, há alguns dias. Nesses tempos de pandemia, que a gente precisa lavar as mãos o tempo todo… Imaginem só a dificuldade. Enviei perguntas à Semoc sobre a “nova” obra, mas  a resposta até hoje não chegou. Será que estão procurando explicação? Não posso mais esperar pela versão oficial. Caso haja resposta sobre a nova intervenção, publicarei a explicação aqui nesse espaço. O fato é que… o #OxeRecife cansou de esperar por uma resposta que nunca chega.

Agora, a pergunta que não quer calar. Se a obra anterior exigiu investimentos de R$ 1,5 milhão (o valor anunciado em 2018, embora na placa constasse o citado no primeiro parágrafo), porque não se fez tudo logo, para o quebra-quebra ser de uma vez, evitando-se novas despesas? Cadê o planejamento das obras?   As calçadas no entorno, incluindo a da Praça Solange Pinto, realmente estão melhores do que eram antes. Mas o resto – praça, banheiros, cobertas, acessibilidade – continuam ao Deus dará. Uma tristeza para um local tão tradicional, pois o Mercado da Madalena ali está desde 1.925, ano de sua inauguração. Se a outra obra de antes não foi realizada como deveria, pelo menos tinha uma placa, como exige a lei em caso de aplicação de verba pública. Mas no sábado passado não vi uma só, explicando qual a nova “obra” que vem sendo implantada no Mercado da Madalena, depois de tantas “despesas” com a anterior. Qual o valor investido? Em que está sendo aplicado? Qual o órgão financiador? Qual o prazo de conclusão? Se na obra de antes – que devia ter sido concluída em novembro de 2018 –  tinha placa e ficou como ficou, imaginem agora, sem informação nenhuma. Acorda prá Jesus, meu povo…. que a eleição vem aí.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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