Eu realmente não estou entendendo mais nada. Como vocês sabem – e o #OxeRecife mostrou aqui – o Mercado da Madalena foi alvo de uma reforma, em 2018, avaliada em R$ 1.045.240. A verba, financiada pela Caixa Econômica Federal e Ministério do Turismo, deveria ter sido aplicada na melhora do prédio secular onde ele funciona. Mas as obras, no entanto, não passaram de consertos nos banheiros e de algumas goteiras. Os serviços de iniciativa do Governo de Pernambuco – via Secretaria de Turismo – tiveram início em novembro e deveriam ter sido entregues no final daquele mesmo ano. Mas viraram motivo de piada entre os locatários e frequentadores do Mercado da Madalena. Cadê a reforma? A resposta era sempre a mesma. “O dinheiro sumiu, mas a obra ninguém sabe ninguém viu”.
O Secretário estadual responsável pela pasta estadual depois elegeu-se deputado. E ficou tudo parado. Daquele valor anunciando em cartaz oficial com maior estardalhaço com informações sobre a natureza da obra, somente 11 por cento chegaram realmente a ser aplicados. Em 2020, o Mercado da Madalena passou por nova reforma, dessa vez sob a responsabilidade da Prefeitura do Recife, via Autarquia de Serviços Urbanos (Csurb). Foi uma buraqueira e um quebra-quebra imensos, que deveriam contemplar a instalação e renovação de sistema de esgotamento sanitário, requalificação da drenagem, nivelamento do piso e das vias internas.
Segundo a Csurb, após as obras, o Mercado ficaria “melhor e com mais acessibilidade”. Ficou? Pelo visto, ainda não. Nesta semana lá estive e me assustei quando cheguei. O Mercado da Madalena está com todo o telhado sustentado por escoras. Segundo os locatários, “para não cair”. Procurei a antiga gestão da Csurb, que me informou que “a reforma do telhado não entrou nesta etapa que foi concluída (piso, drenagem, esgotamento sanitário, etc).
A parte do telhado “seria feita pela Secretaria de Turismo”. Não me foi informada se a Secretaria de Turismo da Prefeitura, ou a do Estado, que deu início a uma reforma milionária, em 2018, porém nunca concluída, como é comum acontecer na área oficial nas três esferas de governo (municipal, estadual, federal). Enviei mensagem via e-mail para a Csurb e estou aguardando explicação. Sei não, mas obra em serviço público parece ser mesmo uma coisa muito complicada… Cadê o Tribunal de Contas do Estado? Será que o caso não está a exigir uma auditoria?
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife
