Memórias de tristes tempos no Haiti

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Escriba compulsivo – tem 35 inéditos – o pernambucano Eriberto Henrique começa a escoar a produção. Menos de dois meses depois de ter tido o seu primeiro livro  publicado – Poemas do Fim do Mundo – ele já está de volta, dessa vez com Grandes Homens Constroem seus Destinos, que acaba de ser  lançado pela Chiado, editora portuguesa.

Dessa vez, no entanto, não há versos nem devaneios. Mas sim memórias e tristes  lembranças de um país massacrado pela miséria.  Na época, ele era militar do Exército, e esteve na Missão de Paz enviada pelo Brasil ao Haiti, em 2006. O livro teve tarde de autógrafos no último dia 12, na Praça do Sebo, perto da Avenida Guararapes. É a história de um soldado, “um boina azul que sabia que a guerra não estava só nas ruas do Haiti, mas dentro de si mesmo”. Foram seis meses de luta, vivenciando muitos sofrimentos, que terminavam por moer a alma de Eriberto e dos seus companheiros.

A cada dor sentida, a guerra ficava impregnada não só na mente dele, como também na dos colegas. Como tatuagens. “O livro fala de toda minha vida como militar, mas com foco maior na missão”, diz. No livro ele relata essas dificuldades: “Entre as principais, o cansaço, a dor, o intenso risco de morte a cada dia nas operações”, conta. “Não é fácil estar longe de casa, da família, dos amigos, ir pra rua quase morrer e voltar para o base militar, para tentar dormir”. Foram muitas superações e provações”, recorda ele. A Eriberto, restava escrever, quando voltava à base.  Como um desabafo. Agora, qualquer pessoa pode ver como é o cotidiano de um soldado em um país conflagrado pela instabilidade  política, pela violência, por abusos contra os direitos humanos e  diante da degradação econômica. Para ele, viver a guerra é se superar a cada dia. Agora ele tem missão mais tranquila. É porteiro do Jornal do Commercio. E nas horas vagas, escreve sem parar. Eriberto é quem, é gente.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação

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