Matagal nos jardins do Museu do Estado

A turma não dorme no ponto. Casa respeitadíssima, com programação cultural de qualidade – sua última exposição temporária, belíssima, foi dedicada à pintora Tereza Costa Rego – o Museu do Estado virou alvo de críticas, por conta da falta de manutenção dos seus jardins, nos quais o mato está comendo solto.

O solar onde hoje funciona o MEPE é datado do século 19, e pertenceu a Francisco Antônio de Oliveira, o Barão de Beberibe.  Fica na Avenida Rui Barbosa (esquina com a Rua Amélia), em trecho antigamente conhecido como a Estrada da Ponte d´Uchoa, que na época concentrava palacetes de famílias abastadas de Pernambuco, como a Mansão de Henry Gibson (pertencente à família Batista da Silva, há várias gerações).

Matagal comendo o jardim e calçadas em péssimas condições no Museu do Estado: pedras portuguesas soltas

Outro imóvel daqueles faustos tempos é a sede da Academia Pernambucana de Letras, que foi moradia do Barão Rodrigues Mendes. Os três ficam na mesma via. O MEPE tem um importante acervo, reunindo mobiliário, pinacoteca, louças, cristais e possui, também, importante coleção etnográfica, mostrando costumes, utensílios, ornamentos e informações preciosas sobre nossos índios.  O problema, no entanto, não reside no seu acervo, mas no entorno do prédio. Os jardins estão dominados pelo matagal. As calçadas do museu, de pedras portuguesas, encontram-se em lastimável estado.

As reclamações que chegam ao #OxeRecife foram enviadas pelo Grupo Bora Preservar, um dos que promovem caminhadas pela cidade, com o objetivo e contemplar seu patrimônio histórico e arquitetônico. E também desenvolver esforços para preservar nossa memória. “Passei  na frente do Museu do Estado e fiquei chocada com o abandono do jardim”, afirma Rúbia Siqueira.  E responde Denaldo Coelho, coordenador do Bora Preservar. “Muito triste esse estado de abandono do Museu do Estado, Rúbia. Parabéns pelo alerta. Acho que vai render mais uma denúncia no #OxeRecife“. Rendeu!  No período mais crítico da pandemia, o #OxeRecife denunciou aqui o abandono dos jardins, o corte de árvores e o excesso de lixo em volta do Museu.  Infelizmente está tudo do mesmo jeito.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Rúbia Siqueira / Bora Preservar

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