Muito bonita a atitude de Filipe Alexandre Alves, jovem de quinze anos, estudante de edificações no Instituto Federal de Pernambuco (Ifpe), campus Recife. Ele escreveu ao #OxeRecife, preocupadíssimo com a destruição da Mata do Frio, em Paulista. Já tenho feito muitas denúncias sobre a devastação nos últimos resquícios de Mata Atlântica que restam naquele município, localizado a 15 quilômetros do Recife. Sabem o que acontece? Ninguém faz nada.
Alô, alô, Ibama, Cprh, Cipoma, Ministério Público! Destruir a natureza tem seu preço e a “fatura” chega um dia. “Moro em Paulista, no bairro de Maranguape 1. Há algumas semanas tenho percebido a construção de barracos em um trecho da Mata do Frio, próximo ao bairro de Torres Galvão”, diz o garoto. “Quando o meu ônibus sai do Terminal de Pelópidas Silveira e passa pelo viaduto da PE – 15 em direção à Estrada do Frio, já é possível ver vários barracos construídos na mata, próximos à Estrada do Lixão”, diz.
“Além disso, eles já realizaram queimadas na área, supressão vegetal, e também começaram a marcar terrenos com cercas de madeira. Peço a você(es) que fazem uma matéria ou contatem órgãos públicos, pois já liguei duas vezes para o Cipoma, além de pedir para que pessoas que eu conheço também ligarem. Eles falaram que enviariam uma equipe para a área, mas desde quinta (07/12) os barracos ainda permanecem lá. Agradeço desde já pela atenção”. Obrigada pela denúncia, Filipe. Estou encaminhando para a Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh). Muito linda, a sua atitude de cidadão, do seu zelo com o meio ambiente. Mas não são só barracos que destroem a mata. Há empreendimentos imobiliários que também a devastaram. E o que é pior: com permissão do poder público. Vamos ver em que é que dá, essa destruição toda.
Na quinta, 14, à noite, o estudante voltou ao assunto, aqui no #OxeRecife, que partilha de sua preocupação. “Olá, estou aqui de volta. Gostaria de agradecer pela a atenção que me deram, e por compreenderem a situação da Mata do Frio. Realmente espero que assim essas notícias cheguem ao poder público, ou se já chegaram ( o que é mais provável), faça uma pressão maior para que eles tomem alguma atitude. Como vi em sua publicação, não é só os barracos que destroem a mata. Já vi imagens de satélite e percebi que de 2011 para cá, uma grande pedaço da mata próxima a Vila Sumaré foi retirada, para a construção de um suposto condomínio ecologicamente correto ( interessante não é mesmo). Como sempre, passei hoje pela área. Apesar de destruírem uma grande parte da mata, eles deixaram um pequeno fragmento bem próximo a estrada. Minha preocupação agora é que: percebi a presença de cercas (daqueles tipos normalmente usadas por empresas para marcar um terreno) em volta da área desse fragmento, além de estar presente em outra parte da mata do outro lado da estrada. Tenho medo que eles destruam mais ainda a mata. Agradeço novamente pela atenção, obrigado”
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife
Felipe gratidão pela sua preocupação, também me preocupo muito com Paulista-PE e reflito bastante sobre até que ponto chegam os interesses “políticos” da gestão do PSB, que inclusive esta nesse monopólio há 16 anos. Várias áreas da cidade foram acometidas pela “invasão imobiliária”, muitas delas realizadas pela ACLF, como pode-se perceber através do site oficial da empreiteira – http://www1.aclf.com.br/aclf/home/index.html. Essa relação estreita entre a gestão pública e a iniciativa privada precisa ser muito bem acompanhada pela sociedade. Parabéns novamente e conte conosco.