Quinta-feira é dia de Marsenal – Arte que se Levanta, projeto que vem sendo desenvolvido por atores do Recife e que termina se transformando em teatro de resistência, já que não conta com suporte de financiamentos públicos. Marsenal não consiste só em trazer espetáculos para o público. Mas constitui,também, um ato de persistência. Sempre às quintas, a partir das 19h30m, os grupos promovem alguma encenação no mesmo local: o Bar Teatro Mamulengo, que fica na Rua da Guia, de frente para a Praça do Arsenal, no Bairro do Recife. Hoje quem ocupa o espaço é o deboche do Coletivo Violetas da Aurora.
Semana passada, o ator Cláudio Ferrário encenou o solo Martelada, com texto de sua autoria. Ele mostra os conflitos vividos por um velho Mateus, personagem do Cavalo Marinho, folguedo do qual o brincante se encontra afastado. Nessa quinta (18/07), o Coletivo Violetas da Aurora, ocupa o palco improvisado com sua divertida Mesa de Glosas. Do Coletivo participam atrizes e palhaças, como Fabiana Pirro e Ana Nogueira. Como é de praxe em qualquer ato de resistência, o Marsenal tem seu manifesto (reprodução ao lado), que vai ser lido na ocasião, para que as pessoas tomem conhecimento da proposta do grupo de artistas, que se inspiram na informalidade do teatro mambembe.
As Violetas da Aurora convidaram duas glosadeiras, Faustina (Carol Vergolino) e Carmela (Íris Fiorelli), para o bate-papo. E também a DJ Marte (Rafaela Rafael), para conduzir o som antes e depois da apresentação. E como é tradicional no teatro popular, de rua, não será cobrado ingresso com preço fixo. Mas ao final da apresentação, vai ser passado o chapéu. A Mesa de Glosas fez várias apresentações no Recife e se renova a cada edição. “Nem adianta a pessoa dizer que já assistiu, porque sempre há novidades, assim mesmo no plural”, diz Ana Nogueira, uma das Violetas da Aurora, jornalista e atriz, que descobriu a vocação para palhaça, já tendo participado de festivais de palhaçaria (com Fabiana Pirro.e outras palhaças do Recife). Vamos torcer, portanto, para que o Marsenal se firme na cena teatral do Recife. Afinal, é como diz o manifesto: “ocupar, gritar, se levantar”.
Leia também:
Violetas da Aurora em mesa de glosas
As palhaçadas das “Violetas da Aurora”
Bernarda Soledade no Cais do Sertão
Projeto Fábrica discute a violência no Teatro Apolo com #Urbana
Bonecos fazem a festa em Casa Forte
Virada Cultural pelo Teatro do Parque
Educativo, Teatro Móvel chega ao Recife
Teatro de graça em Camaragibe
Fotógrafos documentam mamulengos
Que tal lutar pelo teatro e também pelo Hotel do Parque?
Coletivo Bárbara Idade: teatro gratuito
Teatro de resistência no Bar Mamulengo
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Aline Feitosa/ Divulgação/