Manchas de óleo: Origem de novo acidente permanece mistério, mas banho não tem restrições

Em 2019, o Litoral do Nordeste sofreu seu maior desastre ambiental, quando toneladas de óleo invadiram praias paradisíacas da região, incluindo Pernambuco. Na época, órgãos oficiais contaram com um batalhão de voluntários nos serviços de limpeza e até com hastag nas redes sociais, o que contribuiu para mobilizar número ainda maior de pessoas na tarefa. #sechegaragentelimpa. Em 2022, começaram a surgir novas manchas que, embora em proporções menores, também preocupam ambientalistas e pessoas que vivem do mar. O problema é que a origem também é um mistério.

Há 14 dias, apareceram novas manchas em municípios de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. No nosso estado, nada menos de treze municípios foram afetados pelo surgimento do material:  Recife (capital); Olinda, Paulista, Itamaracá, Igarassu e Goiana (Litoral Norte); e Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Ipojuca, Sirinhaém, Tamandaré, Barreiros, São José da Coroa Grande (Litoral Sul). Mas segundo a Semas-PE não há qualquer restrição ao banho de mar nas praias destes municípios,embora haja algumas orientações, no caso do óleo ser novamente encontrado.

Em 2020, técnicos ainda colhiam óleo do maior desastre ambiental que atingiu o Litoral do Nordeste, em 2019

Assim que surgiram as novas manchas, formou-se um comitê integrado pela Semas-PE (Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade), Cprh (Agência Pernambucana de Meio Ambiente), Ibama, Capitania dos Portos para monitorar a nova situação. E o Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR), da UFPE, se encarregou da análise do material. Porém o laudo da UFPE divulgado pela Semas-PE é inconclusivo. Pois “encontrou ambiguidades entre este óleo e o que chegou às praias nordestinas em 2019. Ou seja, por haver diferenças entre os componentes de cada óleo, não foi possível concluir categoricamente que se trata, ou não, do mesmo material. Por isso, os exames e averiguações laboratoriais seguirão ocorrendo”.

Como a situação de 2022 não se agravou, o comitê que monitora a situação esteve reunido mais uma vez na Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), para avaliar o atual cenário e encaminhar novas decisões. “Uma vez que nos últimos sete dias o aparecimento dos fragmentos de óleo reduziu sobremaneira nas faixas de areia de todo o estado, o comitê deliberou não ser mais necessário que sejam feitas vistorias diárias nas praias, como vinha sendo feito desde o dia 25 de agosto”, segundo nota da Semas-PE. Porém o comitê, formado por Semas-PE, CPRH, Ibama e Capitania dos Portos, “seguirá monitorando a divulgação desses novos laudos”.

Sendo assim, os órgãos ambientais seguirão monitorando qualquer situação excepcional através de informações das equipes de limpeza urbana dos municípios. Além disso, a CPRH manterá aberto o canal de comunicação com o público, através do telefone da emergência ambiental da instituição:  (81) 99488-4453. Por meio dele, a população poderá informar caso identifique material semelhante ao óleo nas praias pernambucanas. Segundo a Semas-PE não há qualquer restrição ao banho de mar nas praias destes municípios. A orientação é que, caso algum banhista identifique um fragmento de óleo, que evite o toque no material, e encaminhe a informação e a localização para o telefone disponibilizado.

Leia também
Limpeza de óleo não pode acabar
Óleo derramado em 2019 deixa marcas no litoral sul de Pernambuco 
Cprh assegura: praias sem risco
Desastre ambiental: viva a ação dos voluntários
Boa Viagem com piche. Que horror
Boa Viagem: #Sechegaragentelimpa
Pernambuco: 70 toneladas de óleo
 
A praia de Boa Viagem está limpa?
Há risco de tubarão em mar protegido?
Pernambuco: 70 toneladas de óleo
Óleo recolhido em 24h: 30 toneladas
Óleo: União é “inerte, omissa e ineficaz”
Mais proteção para Guadalupe
Mais proteção para a APA Guadalupe
Plásticos viram vilões de tartarugas 
Servidor federal é afastado porque fez a coisa certa na proteção ambiental
Taxa de Noronha não é roubo, mas recurso para proteger a natureza
Deixem que vivam as baleias
Colete três plásticos na areia
Litoral Sul terá área de proteção marinha
A matança dos guaiamuns ameaçados
Comer lagosta ovada é não ter coração
Disciplina para barcos no Litoral Sul 
Acordo na justiça para algozes do marlim azul

Texto: Letícia  Lins / #OxeRecife
Foto: Semas – PE / Cprh – Divulgação / Acervo #OxeRecife

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.