Tem gente que nem sabe disso. Mas no centenário da Revolução Pernambucana de 1817, em 1917, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), solicitou ao então governador Manoel Antônio Pereira Borba que a bandeira dos revolucionários pernambucanos fosse oficializada como a Bandeira do Estado de Pernambuco. O pedido foi formalizado por meio da edição do Decreto nº 459, de 23 de fevereiro de 1917. A bandeira havia sido criada pelo Padre João de Melo Montenegro, durante a rebelião republicana e liberal, que eclodiu em pleno Império Português.
Pois nesta segunda-feira (28/12), o governador Paulo Câmara (PSB) sancionou, o Projeto de Lei n° 1724/2020, que define as especificações técnicas para reprodução da bandeira de Pernambuco. É que mesmo com o Decreto nº 459, de 1917 – em que se definia layout da Bandeira de Pernambuco – estudo realizado pelo IAHGP, em parceria com o designer Pedro de Albuquerque Xavier, mostrou que a reprodução atual dependia da criação de um parâmetro técnico fixo. Desse modo, ficarão agora estabelecidas regras claras e objetivas para a composição gráfica, cores e elementos da bandeira, assegurando padronização em sua exposição. Possibilita, ainda, a confecção para usos diversos, como mídias sociais e artefatos culturais em geral.
“É uma honra ter a oportunidade de sancionar essa lei que fica para as próximas gerações de pernambucanos e pernambucanas com esse sentimento de estar sempre ensejando o movimento de 1817”, disse o Governador. “Tive o privilégio, como governador, de presenciar as comemorações do bicentenário, em 2017, e foi muito rico o aprendizado. Isso representa a nossa história, que tanto nos orgulha, de um povo que lutou por justiça, liberdade e igualdade num período tão difícil que foi aquele pré-Independência”, acrescentou.
Em Pernambuco, tanto o seu hino quanto sua bandeira são bastantes venerados. Segundo o historiador Evandro Duarte de Sá – no seu livro As 101 Manias de Grandeza de Pernambuco – “ a bandeira estadual de Pernambuco é mais vendida, cultuada e hasteada pelos pernambucanos do que a própria bandeira nacional” e o que chama a atenção, é “a utilização de símbolos que fazem parte da bandeira em peças que compõem o vestuário do povo pernambucano, fato não verificado em outros estados brasileiros, mas que sempre ocorre no nosso”.
Leia também:
Muito linda, a versão musical da revolução de 1917
Revolução de 1817 no Olha! Recife
Entre o amor e a revolução
O lado musical da Revolução de 1817 na Academia Pernambucana de Letras
Livro mostra mania pernambucana de grandeza: “O mundo começa no Recife”
O Recife através dos tempos
História da Revolução de 1930 e a tragédia de três homens que se chamavam João
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: SEI