Do jeito que está o descalabro na questão ambiental do Brasil – com o mar cheio de óleo (espalhando-se por 66 municípios) e o desmatamento na Amazônia tendo crescido 96 por cento no mês passado (em relação a setembro de 2018) – a gente tem mais é que aplaudir quando aparece uma ação fiscalizadora exemplar. Isso em um momento em que os servidores dos órgãos ambientais chegam a ser punidos, quando fazem a coisa certa. Em Pernambuco, houve apreensão de carga irregular de madeira nesta semana, proveniente da floresta amazônica. Os infratores foram punidos.
As penas foram aplicadas por funcionários públicos do Estado. Assim, pelo menos eles não correm o risco de sofrerem punição como é o normal, na gestão do Ministro da Morte Ambiente, Ricardo Salles. A carga irregular foi apreendida em Gravatá, no Agreste de Pernambuco, e estava avaliada em R$ 40 mil. O material foi localizado durante ação integrada das Policias Militar de Pernambuco (PM) e Rodoviária Federal (PRF). Inicialmente, o veículo e dois caminhoneiros foram encaminhados ao Posto Rodoviário de Gravatá. Em seguida a carga foi entregue à Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh), que emitiu uma multa no valor de R$ 9,6 mil e apreendeu a carga e a carreta que a transportava. Pelo gosto do #OxeRecife, a punição seria ainda maior por conta desse crime ambiental.
Até porque não tem lucro que justifique a devastação ilegal do maior patrimônio verde do Brasil. Aliás, do Brasil não, do Planeta. No final de semana, a Cprh anunciou que fez a doação dos 32 m³ irregulares de madeira de espécies nativas da Amazônia. As tábuas tinham dimensões variadas. O material foi apreendido sem Documento de Origem Florestal- DOF, uma espécie de passaporte para que a matéria prima chegue ao seu destino com a garantia de que sua origem não criminosa. A madeira será doada a cinco instituições públicas do Exército, da Polícia Militar de Pernambuco e para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco- Cetas Tangara.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Cprh / Divulgação