Esse meu bairro realmente… Já vi tamanduá mirim, preguiça perdida, capivara, jiboia, jacaré. Sapo cururu tem de bolo, alguns até se “hospedam” na minha casa. Pois agora foi a vez de um macaco. E não foi um sagui não, porque dessa espécie, existe aos montes por aqui. Invadem nossas cozinhas até para roubar comida. Alguns, sem cerimônia, comem nas minhas mãos. Mas o que apareceu na terça-feira, em Apipucos, foi um macaco-prego-comum (Sapajus libidinosus), já encaminhado à Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh).
A entrega foi feita pela estudante Marília Braga de Oliveira. Ela disse que o animal aparecia constantemente na Travessa do Mussu, já perto do bairro de Dois Irmãos, próximo ao cruzamento com a BR-101. Na área, ainda restam algumas matas. A estudante contou que atraiu o macaco com bananas, conseguiu pegá-lo, e fez entrega voluntária à Cprh. Marília temia que o animal fosse aprisionado em alguma imóvel particular. O macaco já está no Centro de Triagem de Animais Silvestres da Cprh, o Cetas Tangara.
O Cetas fica no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife. Ali, ele terá contato com outros indivíduos da sua espécie, para posterior reintrodução à natureza ( macacos não são animais de fácil reintrodução, porque normalmente o grupo rejeita os “forasteiros” ou agregados que chegam de última hora). O macaco prego também é chamado de mico-de-topete. E tem um importante papel na natureza. Ele se alimenta de frutas e insetos. Das frutas, dispersa sementes, fazendo o papel de semeador, de jardineiro, a exemplo do que ocorre com outros mamíferos, como morcegos e cutias . Como se alimenta também, de insetos, presta grande serviço no controle biológico de pragas, ajudando até mesmo a proteger a agricultura. E ainda tem gente que não gosta das plantas nem dos animais. Viva a natureza!
Leia também:
Sérgio: seis horas para salvar sagui
Longa viagem para salvar raposas
Pintor ameaçado salvo por Edivânia
Pedreiro salva capivara
Dia das mães com saúde para totós
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Cprh/ Divulgação