Lula faz alerta contra “fake news” e diz porque Bolsonaro teme urnas eletrônicas

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Foi um dia de muita emoção. Saudado aos gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro” e “Lula-lá”, o pré-candidato à sucessão presidencial pelo PT, Luíz Inácio Lula da Silva  foi ovacionado pela sua passagem na Região Agreste de Pernambuco, onde passou a manhã e o início da tarde dessa quarta-feira, quando ganhou apoio não só de lideranças políticas de vários partidos, mas também de movimentos sociais, com direito a ritual de proteção feito por indígenas e a ganhar rosas, chapéu de couro de vaqueiro, e bandeira das comunidades quilombolas. Pediu que os eleitores fiquem atentos e que não caiam “em mentiras”, que recebem nos celulares ou nas redes sociais. “Estamos juntos para enfrentar Bolsonaro, derrotá-lo e ficar do lado do povo brasileiro”.

Fez um alerta quanto aos  esforços do ex-Capitão que tenta desacreditar as urnas eletrônicas. “Ele está é com medo delas, de não ser eleito”. Entre os oradores que se sucederam ao microfone, antes de Lula, não faltaram adjetivos para o Presidente Jair Bolsonoro: “genocida”, “canalha”, “marginal”, “tirano”, “homem que defende as armas e que difunde o ódio e a intolerância”. O pré-candidato alertou para a farsa do recente pacote de “bondades” oferecido pelo Presidente: “Ele criou um programa de três meses até dezembro” . Ou seja, uma ação eleitoreira, com prazo para terminar,  após o fim das eleições. E aconselhou, como costuma fazer: ”Não fique se fazendo de bobo não, se cair na conta de vocês, gastem  mas depois dêm uma banana para ele”. Lula citou números do Programa Minha Casa Minha vida, que virou “verde e amarelo”. E alertou, o Brasil “não é um país de uma cor só” e” vocês pintar até de vermelho a de vocês”. Depois, acrescentou: “Ou pintar das cores que  vocês quiserem, porque o Brasil é multicolorido”.  Lula disse que em eventual governo seu, não vai haver garimpo nem destruição de terras indígenas. Pouco antes de falar, ele foi cercado por lideranças indígenas de cinco etnias, que fizeram um ritual de proteção para Lula a quem entregaram um documento em defesa da Mãe Terra.

Em Caetés, Lula visitou réplica da casa onde passou a infância, e de onde saiu para morar em SP.

“Só tem sentido ganhar a eleição para Presidente, se a gente não esquecer que quem nasceu pobre não é para ser pobre a vida inteira”, afirmou, lembrando as conquistas sociais do seu governo, como a redução da fome, a interiorização do ensino universitário, a descoberta do Pré-Sal,  e o Programa Minha Casa Minha Vida, as cisternas no Sertão. O ex Presidente disse sentir-se “motivado” (para governar), “forte, bonito e apaixonado” e “apaixonado não apenas pela Janja, mas por vocês, por todo o Brasil”. Janja, a mulher de Lula, aliás foi um show à parte. Ocupou o palanque, usou o microfone e cantou com a multidão.

Lula voltou a criticar o retorno do Brasil ao Mapa da Fome e pediu ao povo que voltasse “para casa pensando no país que podemos construir”, lembrando ter tirado 30 milhões de pessoas da fome. Apesar da popularidade do petista, em Pernambuco, ele não conseguiu motivar a plateia para as principais lideranças do PSB, partido que lidera a Frente Popular, com a candidatura de Danilo Cabral à sucessão estadual.  A chapa é integrada, ainda, pelo PC do B (Luciana Santos, candidata a vice-governadora) e PT (Tereza Leitão, candidata a Senadora). Tanto o socialista quanto o governador Paulo Câmara (também do PSB) foram vaiados. Depois, com a fala de Lula, que disse ser Cabral o seu candidato em Pernambuco, houve aplausos. Porém tímidos. Lula afirmou que seu sonho é ver o Brasil sobernano. “Não se tem soberania, se o povo não tiver educação, emprego cidadania”.  Lula lembrou ser preciso aprender “a gostar de gente”. Pela manhã, ele esteve em Caetés, onde nasceu e visitou a réplica da casa de taipa onde passou parte da infância. Agora à tarde, segue para Serra Talhada, no Sertão.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Reprodução da TV Jornal e foto de Ricardo Stuckert

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