Longe dos ataques verbais de Brasília, Nordeste e Amazônia se entendem

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Enquanto o Presidente da República ataca o Nordeste (nivelando os “paraíbas”) e a Amazônia – (negando-se a reconhecer os desmatamentos acusados pelo Inpe com rigor científico) – as duas regiões se entendem muito bem e até realizam intercâmbios para fomentar o empreendedorismo entre os jovens. Há alguns dias, retornaram a Carreiro Castanho (na Região Metropolitana de Manaus) jovens que participaram do Programa Jovem Empreendedor Rural (Pjer), ministrado no Ceará pela Agência de Desenvolvimento Local (Adel). O objetivo é que, de volta às comunidades, rapazes e moças compartilhem o aprendizado com a população de suas regiões.

Os jovens participaram de treinamento que já “interferiu positivamente na vida de mais de 3 mil pessoas, criando ambiente para o desenvolvimento local”, segundo a Adel. Os amazonenses integram a organização não Governamental Casa do Rio, que atua na Região Norte, em projetos sobre educação e sustentabilidade. “Eu acredito que a palavra que fica é gratidão, de todo o acolhimento, conhecimento que nos foi passado, de todo o desafio. Foi uma imersão muito enriquecedora para mim, aprendi muitas coisas importantes que vou levar para o resto da vida”, afirma Thiago Lima, que participou do treinamento.  “Ter a oportunidade de ser um dos precursores do desenvolvimento local na minha cidade me faz sentir um orgulho muito grande”, comenta ele.

Após voltarem para casa, os dois jovens iniciam o processo de mobilização e seleção para a turma do Pjer no estado do Amazonas. Em uma primeira etapa, serão escolhidos 25 jovens de Careiro Castanho para participarem das atividades. A Adel permanece dando todo suporte durante esse processo, seguindo com a aliança firmada com a Casa do Rio. “Acredito que a educação muda o mundo, porque ela muda as pessoas. Então, nesse próximo semestre, que a gente possa levar essa tecnologia social para o Amazonas, para que jovens que também estão sem perspectivas lá na localidade, possam ser protagonistas de suas histórias”, planeja o jovem Tiago.

“Pela primeira vez saímos da nossa região e de nossa zona de conforto em busca de mudar e contribuir com o desenvolvimento em nossa localidade. Foi uma experiência nova e incrível”, finaliza Alexandra Guimarães. Ela e Thiago foram os primeiros jovens a participar do intercâmbio. A Casa do Rio promove iniciativas de educação, geração de renda para o desenvolvimento sustentável e de conservação da biodiversidade. Apoia também a transformação da realidade socioeconômica dos povos da floresta, respeitando as vertentes culturais, as tecnológicas e os saberes tradicionais.

E é um bom exemplo, diante das suspeitas do governo federal, que diz querer revisar o trabalho realizado pelas ongs que atuam na Amazônia. Já a Adel, com 11 anos de atuação, trabalha com estratégias de convivência sustentável e projetos desenvolvidos no meio rural, incentivando o protagonismo e o empreendedorismo para o desenvolvimento local. É muito importante que iniciativas que beneficiem biomas como os da Amazônia e do Sertão se multipliquem, porque do jeito que as coisas estão – na área de meio ambiente –  é cada dia maior a necessidade da participação de agentes sociais em defesa de nossas florestas. Da natureza do Brasil, enfim.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife 

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