Olhem só para a fotografia acima. Pode, um negócio desse? Acreditem, essa obra com desmatamento de mata ciliar não foi executada por particular não. Mas pela Prefeitura de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco. Pior, essa bagaceira acontece em Área de Preservação Permanente (APP), o que não chega a ser inédito em Pernambuco, onde já houve outras Prefeituras já foram multadas por poluir a natureza.
Tamandaré é conhecido por ter uma das praias mais paradisíacas do Estado – a Praia dos Carneiros – mas nos últimos dias figurou muito na mídia nacional, por conta de vários acidentes em um parque aquático ali recentemente inaugurado, e que inclusive está com brinquedos interditados. Hoje, mais uma notícia desabonadora para Tamandaré. É que a Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH embargou, uma obra realizada pela Prefeitura no Rio Jacaré, que corta aquele município, localizado a 105 quilômetros do Recife. A administração municipal foi multada em R$ 325 mil reais. Eu acho é pouco!… Devia ser mais. Ou melhor, o prefeito devia pagar do próprio bolso pelo descalabro. Como é que um Prefeito – que devia zelar pela natureza – faz uma bagunça dessa?

As punições foram aplicadas após denúncia feita pela comunidade local, o que mostra que a população está atenta a crimes ambientais praticados por autoridades. Os fiscais da CPRH encontraram uma retroescavadeira fazendo limpeza e desassoreamento do rio, sem as devidas licenças ambientais. De acordo com os fiscais que estiveram no local, a Prefeitura realizou o desmatamento da mata ciliar que é uma área da Área de Preservação Permanente APP – para acesso da retroescavadeira dentro da calha do rio.
E todos os sedimentos retirados do fundo do rio eram jogados às margens do curso d’água, sem os devidos cuidados, causando a morte de peixes, crustáceos e moluscos. No momento do embargo, os funcionários da Prefeitura apresentaram uma licença ambiental do próprio município para a realização do serviço, mas a administração local não possui autonomia para licenciar esse tipo de obra. Os técnicos da CPRH calcularam que a prefeitura suprimiu uma área de 1,3 hectares. No local foram constatados os seguintes crimes ambientais: Intervenção e supressão de vegetação em APP, afundamento da calha e deposição de material nas margens do rio, danos à fauna aquática e ecossistemas estuarinos.
Nos links abaixo veja outros crimes ambientais praticados por gestores e outras notícias sobre Litoral Sul
Leia também
Prefeitura de Ipojuca joga esgoto em Porto de Galinhas é leva multa
Paraíso dos turistas, Porto de Galinhas enfrenta despejo de esgoto doméstico
Porto de Galinhas: Poluição no paraíso do Litoral Sul motiva protesto de profissionais de turismo
Prefeito destrói mata e pede acordo
Esgoto em Boa Viagem
Sem vegetação de restinga, erosão forma montanha de areia em Boa Viagem
Disciplina para barcos no Litoral Sul
Muro da discórdia, em Maracaípe, começa a ser demolido
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: CPRH / Divulgação
Eu acho que,além da multa,o prefeito deveria ter sido punido à altura: afastamento imediato do cargo.
É inaceitável ele permanecer como prefeito.