Viva para a maior cirandeira do Brasil. Depois de tantas homenagens e reconhecimentos mais do que justos, Lia de Itamaracá chega à sala de aula. É que nessa segunda e terça (25 e 26/8), o projeto “Contação de História do livro ‘Lia de Itamaracá: o Reinado da Ciranda” chega a alunos da Rede Municipal de Ensino do Recife e também a crianças e adolescentes atendidos pela Rede Compaz e pela Rede de Bibliotecas pela Paz.
Pena que, por enquanto, o projeto vai a um número ainda limitado de instituições, seis. Mas a meninada beneficiada pelo projeto vai ter a chance de conhecer de perto a “rainha” da ciranda, uma lenda viva de Pernambuco. É que a autora do livro, Odailta Alves, e a própria Lia estarão juntas em encontros que unem diversão, música, cultura e negritude. O livro é uma biografia da artista de 81 anos, voltada para o público infantojuvenil, com ilustrações
de Whittney de Araújo. Lia já é tema de um outro livro, belíssimo, mas voltado para adultos: “Lia de Itamaracá, nas rodas da cultura popular”, de Michelle de Assumpção.

Nessa segunda houve atividades em Nova Descoberta (Escola Professor José Soares da Silva), Ilha Joana Bezerra (do Compaz Dom Helder Câmara); Boa Vista (Espaço Brincar, no Parque Treze de Maio, que é um ponto de leitura da Rede de Bibliotecas pela Paz da Secretaria de Segurança Cidadã do Recife). Na terça, o projeto chega ao bairro de Casa Amarela (Biblioteca Popularla Jornalista Alcides Lopes); a Campo Grande (Escola Municipal Mário Melo); em Campo Grande; e Santo Amaro (Escola Lutadores do Bem, em Santo Amaro).
Em cada encontro, Odailta Alves conta história integrada a momentos de cantoria de Lia de Itamaracá, que também fala um pouco sobre a sua vida e obra. Os participantes podem fazer perguntas e tirar fotos. De acordo com Odailta Alves, a proposta é que crianças e adolescentes da cidade — e, por consequência, toda a sociedade — conheçam a história de Lia. Acho muito interessante que esse projeto leve crianças e adolescentes a um contato mais próximo com a nossa cultura popular.
Isso é mais do que necessário. Pois estamos em época de cultura virtual, de super heróis e de distanciamento das nossas raízes. “Queremos despertar nos mais novos o respeito e o amor pelas tradições populares, em especial pela ciranda. Também vamos estimular a leitura, combater o racismo e mostrar a potência de duas mulheres negras que saíram da miséria e superaram as dificuldades”, explica Odailta.
“Lia de Itamaracá é uma potência, uma referência de mulher preta na cultura de Pernambuco e que tem reconhecimento mundial. Ela é uma referência para os estudantes, para todos”, diz a autora do livro. A cirandeira aplaude a iniciativa. Pois na sua visão, a ciranda e a cultura popular precisam chegar a novos públicos. Está certíssima. O projeto é viabilizado pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), por meio da Prefeitura do Recife, da Secretaria de Cultura, Fundação de Cultura Cidade do Recife e Governo Federal.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Ytallo Barreto (foto superior/ Acervo #OxeRecife); e Salatiel Cícero / Divulgação
