Um carrinho de pipoqueiro, uma caixa antiga de ferro dos correios, um prédio colonial em ruínas, um velho farol e até mesmo o Teatro Santa Isabel, com sua calçada invadida por moradores de rua. Todos servem de fonte de inspiração para o artista visual Jeims Duarte, que na noite dessa quarta-feira (28/5), inaugura a exposição “hAMLET s.m..”
A vernissage está marcada para 19h, no Restaurante Anjo Solto, no bairro das Graças, espaço que historicamente acolhe a cena cultural recifense, promovendo o encontro entre arte, gastronomia e cidade. Ao todo, são 17 desenhos, que exploram a paisagem urbana como espaço simbólico, íntimo e afetivo. Em “hAMLET s.m.:” — expressão que faz referência ao termo “hamlet”, vilarejo em inglês — Jeims propõe um retorno à essência da cidade, focando em elementos urbanos universais e atemporais que vão de casas e postes a maquinários .. A cidade aparece como ruína, como espelho, como cenário de solidão compartilhada, numa linha sensível que dialoga com a obra de artistas como Edward Hopper.
Ao mesmo tempo que dialoga com o cotidiano de quem habita e observa. O título da expô sugere mais do que um lugar físico, pois aponta para uma leitura emocional e simbólica do ambiente urbano.
Assim, estruturas aparentemente banais ganham protagonismo como marcos de pertencimento, memória e afeto. A exposição é aberta ao público e ficará em cartaz no restaurante Anjo Solto, espaço que historicamente acolhe a cena cultural recifense, promovendo o encontro entre arte, gastronomia e cidade. Quem não puder ir no dia da abertura da expô, pode fazê-lo até o 25 de junho, e as visitas serão realizadas a partir das 16h. O trabalho do artista é interessante, pois resgata cenas de ruínas em pedra e cal do Recife, mas também a situação social como ocorre com o Teatro Santa Isabel, onde ele mostra as mazelas das ruas do Recife. Como a frente do TSI ocupada por moradores de rua, com seus pertences lá expostos.
No quadro sobre o TSI, que é tombado pelo IPHAN, ele explora não só a bonita arquitetura do prédio centenário, como também mostra a simbiose entre o patrimônio arquitetônico da cidade e a miséria que toma conta das ruas do Recife, como vocês podem observar nos detalhes abaixo. Ele utiliza técnica mista (pastel, óleo, grafite, bico de pena e incisão (alternadamente) sobre papel.

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Serviço:
Exposição “hAMLET s.m.:”, de Jeims Duarte
Abertura: 28 de maio de 2025 (quarta-feira), às 19h
Local: Anjo Solto – Rua Esmeraldino Bandeira, 106 – Graças
Entrada gratuita
Instagram: @anjosoltorecife e @jeims.duarte
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Jaims Duarte / Divulgação