Primeiro jardim público projetado por Burle Marx (1909-1994) – um dos maiores paisagistas do século 20 – a Praça de Casa Forte está de fazer pena. Passei por lá hoje de manhã, pensando que estaria limpa, um dia após ter postado no Facebook uma foto com o “mato no meio da canela”. Pois o local – que é tombado e considerado jardim histórico – tinha seis pontos de descarte de lixo na manhã dessa sexta-feira, enquanto feirantes armavam suas barracas para a feirinha de produtos orgânicos de amanhã.
Alguns desses descartes foram entulhos deixados pela própria limpeza pública (Emlurb), como plantas aquáticas de outras que sofreram algum tipo de corte. Mas, por enquanto, a jardinagem ficou aí. Tirando o canteiro central – que é adotado por uma empresa de propaganda (Aporte) – os dois outros tinham lixo, mato, plantas secas, folhas que não foram varridas sobre o gramado. É como disse ontem, se a de Casa Forte, que tem tanta importância histórica, está desse jeito, imaginem a situação as 410 outras localizadas no Recife, inclusive em bairros populares. Querem um exemplo? Passem lá no Jordão. Tem até esgoto escorrendo a céu aberto, na praça principal.
O descaso com que as nossas praças são tratadas revolta os cidadãos pernambucanos. E a situação termina pegando mal para as autoridades locais. Vejam os comentários de alguns internautas sobre essa situação nas redes sociais. “Cidade abandonada e mais três anos de um inútil como Prefeito”, desabafa o Professor Alexandre Figueiroa. “É triste ver a situação da Praça”, afirma Eunice Couto, jornalista, funcionária da Amupe. Cáustico, o jornalista Ricardo Carvalho vai mais longe. “Será que a turma do turismo sabe quem foi Burle Marx? Não acredito”. Já Rodolfo Aureliano, que tem vasta experiência na área de limpeza pública, também reclama: “Oxente, assim não dá”. Dá mesmo não, Rodolfo. Oxe, Oxe, Oxente. #OxeRecife.
Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife