Considerado o melhor do Nordeste e incluído entre os cinco melhores do País, o Jardim Botânico do Recife não é apenas um local para visitação em que as pessoas têm chance de curtir a natureza de forma gratuita. É muito mais que isso. Além dos seus oito jardins temáticos, de trabalhos como a reintrodução de espécies nativas em risco à natureza e contribuição ao Projeto Flora Brasil, o JBR deu início a uma série de projetos que visam contribuir com a recuperação da biodiversidade de ecossistemas da Mata Atlântica.
Uma dessas iniciativas é o projeto “Pesquisa, Tecnologia e Inovação no Jardim Botânico do Recife”, que tem como objetivo investigar a capacidade de sobrevivência de algumas espécies para que elas sejam usadas em ações de reflorestamento e enriquecimento de áreas degradadas do bioma em Pernambuco. Esse trabalho é desenvolvido pela estudante Dannubia Lopes da Silva, sob a orientação da Engenheira Florestal e analista do JBR, Ana Patrícia Rocha, em parceria com a Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE). O projeto começou em agosto de 2021, e por enquanto restrito a três espécies nativas.

Desde então, a equipe do Jardim Botânico tem acompanhado o desenvolvimento de mudas nativas da Mata Atlântica das seguintes espécies: jenipapinho (Tocoyena brasiliensis), cangoba (Eugenia bimarginata) e ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus) que foram transplantadas para enriquecer a mata do equipamento ambiental. O monitoramento dessas espécies é feito a cada três meses, quando são avaliados crescimento (altura, diâmetro, número de folhas), estado fitossanitário e sobrevivência. A iniciativa dá ênfase às espécies ameaçadas e em risco de extinção do bioma. O comportamento das três espécies é pouco estudado, segundo os pesquisadores do JBR.
“Todo o conteúdo que geramos em relação à sua produção, armazenamento e beneficiamento de suas sementes, os tratos culturais de suas mudas, até a sobrevivência em campo, tudo isso vai gerar informações valiosas tanto para quem visa produzir essas mudas em escala comercial, tanto para quem precisa preservar o meio ambiente, fazer compensações ambientais e regeneração de áreas degradadas”, afirma Ana Patrícia. “As pessoas que trabalham nessa área sentem bastante dificuldade, então é muito gratificante a gente estar gerando esse tipo de informação. E essas informações são divulgadas e publicadas em Congressos Nacionais, Regionais, e em revistas de grande peso no meio acadêmico e científico.”

A Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas tem como objetivo deter a degradação de ecossistemas e restaurá-los para alcançar os objetivos globais. A Assembleia Geral das Nações Unidas a proclamou, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.
A Década da ONU está construindo um movimento global forte e amplo para acelerar a restauração e colocar o mundo no caminho para um futuro sustentável. Isso incluirá a construção de esforço político para a restauração, bem como milhares de iniciativas locais. É aí que entram instituições como o JBR, as universidades, até mesmo ongs e movimentos sociais. Esta ação é mais uma das iniciativas de preocupação do Jardim Botânico do Recife com a pesquisa científica e a conservação ambiental. O espaço fica aberto das terças aos domingos, das 9h às 15h, com entrada gratuita, mas com uso de máscara e cartão vacinal atualizado obrigatórios.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: JBR / Divulgação