O aposentado Antônio Ferreira Guilhermino criava sete jabutis no quintal da residência, em Casa Amarela, desde que sua filha era criança, quando ela recebeu os animais de um parente. Hoje, a moça tem 33 anos, e os bichos ficaram com o pai. Ele não sabia da proibição de criar animais silvestres em casa. Mas ao tomar conhecimento que a iniciativa pode configurar crime ambiental, não hesitou, procurando quem de direito para encaminhar os animais, longe do risco de que fossem parar em mãos de traficantes.

Apesar do apego que tinha aos animais, fez a entrega voluntária dos quelônios na sede da Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh). Os bichinhos já foram enviados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), onde serão preparados para a reintrodução à natureza. Ao se despedir dos jabutis, Antônio disse que cuidou dos mesmos no quintal de sua casa, onde também há cachorros, gatos e galinhas. Todos conviviam harmoniosamente.
Ele ressaltou que não tinha a informação de que a criação de animais silvestres (não oriundos de criadouro legalizado) se configura como crime ambiental. Ao fazer a entrega, o aposentado se emocionou. “Sempre cuidei bem deles, desde cedo, mas hoje vejo que serão melhor tratados na Cprh, já depois irão para a natureza, numa área de preservação”. Assim como as tartarugas, os jabutis são costumeiramente relacionados como um exemplo de longevidade, podendo viver por mais de cem anos, em boas condições. Os entregues pelo aposentado chegaram em sua residência ainda bebês.
Leia também:
Aos 50, jabutis retornam à natureza
Jabutis: superstição e entrega
Ninhos de jabutis achados no Sertão
Prótese de casco em 3D salva jabuti
Jabutis repatriados para Pernambuco
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação/ Cprh