Jabutis: superstições e entrega

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Houve um tempo que as pessoas tinham mania de criar jabutis em casa. É que existia uma crença segundo a qual manter o bicho no quintal livrava os residentes no imóvel de problemas pulmonares ou mesmo de doenças infecciosas, como erisipela.  Tudo, no entanto, não passa de falta de informação. Não há nenhum trabalho científico que ratifique aquela crença popular. De vida longeva, alguns deles sobreviveram às mortes de donos famosos, como os dos escritores Gilberto Freyre (PE) e Jorge Amado (BA). Hoje, no entanto, já existe a convicção de que criar um bichinho desse em cativeiro é crime ambiental. Afinal, jabuti é animal silvestre.

Foi por esse motivo que o universitário Tuan Guedes, 27, procurou nesta semana a Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh), para fazer a entrega de dois indivíduos da espécie (Geochelone carbonária).  Eles estavam há dois meses sob os cuidados de sua família, no bairro do Fragoso, em Olinda. Na verdade, era um macho e uma fêmea. Tuan convenceu o pai a fazer a chamada entrega voluntária ao órgão ambiental, para que os jabutis passem por reabilitação no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara).

Posteriormente, eles serão devolvidos à natureza, em área de soltura monitorada pela Cprh. Tuan contou que os jabutis  foram dados ao seu pai e que o mesmo não sabia que se tratavam de animais silvestres. Desde então, o jovem tentava convencê-lo a fazer a entrega dos répteis. O macho vivia em um prédio, onde seu pai foi realizar um trabalho, e uma moradora decidiu se desfazer do mesmo. O pai de Tuan levou o jabuti pra casa e começou a cuidar do animal. Já a fêmea foi dada por uma vizinha. Os jabutis são adultos. Lembrem-se: não confundir jabuti com cágado e tartaruga. Embora sejam todos quelônios – possuem uma carapaça – os três são bem diferentes. Ao contrário da tartaruga e do cágado, o jabuti é animal terrestre.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação/ Cprh

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