Itapissuma: Filme “Pescadora de Direitos” conta saga de Joana Mousinho

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Primeira mulher presidenta de uma colônia de pescadores no Brasil – o que aconteceu na década de 1970 – Joana Mousinho virou tema de documentário, que tem pré-estreia às 19h dessa sexta-feira (30/5), na Colônia de Pescadores Z-10, que fica no município de Itapissuma, localizado a 36 quilômetros do Recife. “Pescadora de Direitos” terá exibição gratuita,  e contará com bate-pao com a equipe que produziu o curta-metragem.

O filme retrata a influência do pioneirismo de Joana na mobilização das pescadoras artesanais do estado de Pernambuco pela conquista de direitos para trabalhadoras da pesca de todo o país que, no século passado, não tinham sequer direito à previdência, acesso conseguido depois de muita reclamação e diálogo com autoridades. O curta-metragem destaca como seu ativismo continua a fortalecer a luta pela garantia dos territórios pesqueiros e pela preservação do meio ambiente. O curta é dirigido por Jéssica Raphaela, com roteiro de Kamilla Pacheco. E faz um retrato sensível da força de Joana ao enfrentar o patriarcado nas instituições pesqueiras. “Nós mergulhamos na história e no cotidiano de dona Joana pra conhecer e contar sua história, e nos deparamos com uma mulher cativante, potente, que estimula toda uma comunidade de pescadoras e pescadores do país a lutarem por direitos trabalhistas e pelo ambiente do qual retiram seu sustento”, conta Jéssica. Interessante demais, documentário. Sem ele, Joana poderia ser vítima de apagamento, como tantas outras mulheres no Brasil.

“Vivemos tempos de incertezas com o futuro e conhecer trajetórias de pessoas como Joana e suas companheiras renova o sentimento de esperança que impulsiona ações em busca de mudanças na realidade”, diz Kamilla. A produção foi realizada com o incentivo da Lei Paulo Gustavo Pernambuco e tem apoio financeiro do Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura do Estado via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.

Canal de Santa Cruz, área de atuação de pesca de Joana Mousinho, que presidiu Colônia de Pescadores

É muito interessante que se dê destaque a personagens que aparecem nos meios populares, que fazem história lutando por direitos. Ou contra a  exploração. Nessa área, gostaria de destacar o filme “Pureza”, baseado na vida da trabalhadora rural Pureza Lopes Loyola, que empreendeu uma luta corajosa contra o trabalho escravo, ao testemunhar maus tratos contra lavradores em uma fazenda do Pará. Decide, então, empreender uma cruzada para encontrar o filho caçula, que havia sido aliciado para trabalhar em um garimpo e sumiu. Pureza, a mulher coragem, é interpretada por Dira Paes. O filme recebeu várias premiações.

Diretora de “Pescadora de Direitos”, Jéssica Raphaela é documentarista, jornalista e fotógrafa, e atua como produtora cultural na região da Zona da Mata Sul de Pernambuco. É diretora dos curtas-metragens Roda Mundo, a Arte é uma Viagem (2024); Música na Árvore (2024); Quando o Lixo é Casa (2018) e O Silêncio Atrás da Serra (selecionado no Concurso de Vídeo Jornalístico para Internet, da Universidade do Texas, Associação Nacional de Jornais e Youtube Space, em 2016). Além disso, é produtora cultural da Casa Cultural Tubiba. A roteirista, Kamilla Pacheco, é jornalista com experiência na pauta de direitos humanos e política indigenista, e também atuou na produção executiva do curta-metragem. Foi diretora de arte e pesquisadora no curta-metragem “Quando o lixo é casa” (2019), que participou do 14º Festival Taguatinga de Cinema e faz parte da mostra permanente Quarta do Cinema Candango do canal de televisão da Universidade de Brasília.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação e Acervo #OxeRecife

One comment

  1. Bonito ver o trabalho dessas mulheres pioneiras e guerreiras sendo reconhecido e divulgado.
    Mulheres que lutaram incansavelmente para que os seus direitos trabalhistas fossem reconhecidos.Todo o respeito e admiração.

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