Festa linda. O carnaval do Recife, rico e diversificado, chegou ao fim com gosto de saudade e quero mais. Enfim, depois de dois anos sem sua maior festa popular, a capital se esbaldou em clima de #VolteiRecife. Foram 44 polos de animação e nada menos de 2.800 atrações, que se revezaram nas ruas, parques, palcos oficiais espalhados na cidade, que teve passarela com para desfile de agremiações em local inédito (Rua João Lira, próximo ao Parque Treze de Maio) e roteiro novo também para blocos, maracatus, afoxés, clubes de frevo, caboclinhos (de Pátio a Pátio).
Na madrugada dessa quarta-feira, enquanto agremiações oficiais (que recebem subvenção da Prefeitura) se despediam da folia, as não oficiais (que não recebem subvenção da Prefeitura) faziam as despedidas ao seu modo. Uma das mais curiosas, é a Cinza das Horas, que na virada da noite costuma jogar cinzas no Rio Capibaribe, assinalando o início da Quaresma. Os foliões precisam estar de roxo ou usando um adereço da cor que a partir de hoje encobrem os santos nos templos da Igreja Católica.
No palco do Marco Zero artistas como Alceu Valença, Elba Ramalho, João Gomes, André Rio, Nena Queiroga e Maestro Spok animavam a multidão, à espera do clássico cortejo de 180 músicos pelas ruas do Bairro do Recife que, finalmente, ganhou as ruas ao alvorecer. “Tivemos um time muito grande envolvido e comprometido com o sucesso da festa no Recife que exigiu o trabalho de mais de 6,5 mil pessoas da Prefeitura no Carnaval”, afirma o Prefeito João Campos (PSB).
“São mais de 2,8 mil lançamentos na área de segurança do município; mais de 2 mil profissionais da saúde, com pontos do SAMU em diversas áreas; da assistência social e de diversos outros setores da gestão. E eu sempre ressalto isso porque quando a gente vê uma festa grande, bonita, funcionando, ela não é fruto do acaso, mas sim de muito trabalho e dedicação”, completa. Já na manhã de hoje, o Orquestrão tomou conta das ruas. Responsável por conduzir os foliões pela chegada da não esperada Quarta-Feira de Cinzas, o Orquestrão apareceu em 2016, dentro da habitual mania de grandeza dos pernambucanos. A ideia era que o grupo passasse a ser a maior Orquestra de Frevo do mundo, sendo a grande apoteose do Carnaval.
Desde então, há uma média, em cada edição, de mais 180 músicos executando juntos o ritmo. O comando fica a cargo do Maestro Spok. “Recifense, morando na Itália, Caroline Ferreira, 34, engajou-se ao cortejo. “Estou há quatro anos no exterior e, consequentemente, há quatro anos sem Carnaval. Estou achando tudo muito lindo, esse palco aqui do Marco Zero é algo incrível. E vim para aproveitar mesmo o máximo que der. Embora eu goste de Lenine e Alceu, a ideia era justamente ficar para a apoteose, que para mim é a melhor parte. Quero nem pensar na saudade que ficarei quando deixar o Brasil de novo”. Segundo a Prefeitura, a mobilização com parcerias com a iniciativa privada permitiu que R$ 8 milhões fossem captados de empresas, viabilizados por meio de quatro editais para captação de cotas de patrocínios. Os parceiros são AMBEV, Sports Entretenimento e Produção de Eventos, TIM e CVC. Toque triste ficou por conta das confusões e cenas de violência que ocorreram no Recife Antigo, o que sempre acontece emfim de festa, depois do consumo excessivo de álcool. É por uma dessas e outras, que não costumo ficar na rua até o final da festa. Por questões de segurança, sempre deixo mais cedo os focos da folia, enquanto o clima ainda está sadio.
Abaixo, você confere o Bom Dia do Bloco da Saudade, e mais informações sobre o carnaval do Recife
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Diego Nigro e Wesley de Almeida /PCR
