Recentemente estive no município de Paulista, onde moradores relataram que a destruição da vegetação nativa – como as matas do Frio e a do Janga – terminou por dispersar animais silvestres. Eles se queixaram de lagartos, guaxinins, gambás e até cobras que têm aparecido em suas residências. Pois essa semana, duas moradoras daquela cidade compareceram à Agência Estadual de Meio Ambiente (Cprh), para entregar duas iguanas.
Solange Maria da Silva e Kátia Maria da Silva informaram que os bichos foram encontrados em um terreno baldio, próximo a um condomínio residencial, entre os bairros do Janga e Pau Amarelo. Elas disseram que os bichinhos chegaram a sofrer maus tratos, por parte de alguns rapazes da cidade, que nós, aqui do #OxeRecife consideramos apenas desalmados . Como os moradores de Paulista que recentemente falaram sobre a invasão de animais em suas casas, elas relataram que muitos timbus têm aparecido no Janga.
As iguanas já foram para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), onde serão preparados para a reintrodução à natureza. De janeiro a maio deste ano, o Cetas já acolheu 5.131 animais silvestres e nada menos de 3.108 foram devolvidos à natureza, em áreas de soltura do Estado, que são monitoradas pela Cprh. Esse mês já foram realizadas quinze ações de soltura. Viva para Kátia e solange. E viva à natureza. E a quem dela cuida.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação / Cprh
Se em tempos não tão remotos, a primeira grande vítima dos administradores públicos – inclua-se aí os prefeitos locais e os governadores pernambucanos – foi o rio Paratibe, que moradores mais velhos do bairro homônimo ainda lembram de épocas em que nele se banhavam, mas hoje agoniza poluído; a destruição que se encontra em curso pela gestão do Prefeito Júnior Matuto, sob a complacência dos vereadores locais, usurpará de Paulista o que aquele município ainda preserva de mais peculiar dentre os mais próximos da capital: o verde preservado em pequenos, mas vários fragmentos. Vendido às Construtoras locais, sem infraestrutura urbana que suporte o repentino e agressivo crescimento populacional, ao caos se condena Paulista! O que a flora e a fauna sofrem hoje, amanhã sofreremos mais intensamente e por nós, nenhuma voz clamará!