“Grande Encontro” de véios de Pastoril foi um sucesso: pastoras “endiabradas”

Às voltas com as novas tecnologias e os super heróis do século 21, muita gente desconhece a existência de um personagem cada dia mais raro nos bairros populares da capital e do interior de Pernambuco: o “véio” de pastoril, do qual restam apenas cinco no Recife. Na noite do sábado, quatro deles se apresentaram na Praça do Arsenal, levando o público às gargalhadas. Os “véios” Xaveco  (Antônio Coutinho), Mangaba (Walmir Chagas), Lumbrigueta  (Silas Araújo) e Cafuné (Carlos Amorim) reviveram os bons tempos do pastoril profano, com suas pastoras endiabradas.

O clima era bem diferente daquele vivenciado minutos antes, no mesmo palco, por pastoris tradicionais, os chamados pastoris religiosos, que contam com dois cordões (azul e encarnado), além de personagens como Mestra, Contramestra, Diana, Borboleta. Alguns incorporam até a Sagrada Família, como o Jesus Menino nos braços de Nossa Senhora. “Tem o pastoril religioso, com Jesus, Maria, São José. Mas tem também o pastoril profano, porque nos tempos áureos do pastoril religioso, o pastor ficou mais safadinho, mais saliente e foi para o outro lado. O nome mais usado é pastoril de ponta de rua, porque ficava do outro lado da igreja”, conta – em tom de brincadeira – o “Véio” Mangaba, articulador do “Grande Encontro de Véios de Pastoril”, apresentado no palco montado pela Prefeitura na Praça do Arsenal, no Bairro do Recife. Ele é autor do texto e dirigiu o espetáculo de sábado. Embora cada “véio”  tenha seu repertório próprio de piadas.

Geralmente nos pastoris profanos, as pastoras são mais assanhadas, rebolam, interagem com as piadas contadas pelos “véios”, até dançam com eles. As  piadas são apimentadas, beirando o pornográfico. Mas no sábado, diante da plateia formada em sua grande maioria por idosos e crianças, o “Véio” Mangaba pediu para maneirar. “A cultura popular não pode acabar, mas tem que segurar a onda, porque agora as  piadas são diferentes, tem que respeitar mais a mulher, tem que ter respeito”, avisa Mangaba. Ele lembra, também, que “infelizmente o pastoril de ponta de rua está se acabando”. Conta que no Recife só restam cinco “véios”.  Acrescenta: “E um está com a canela quebrada”. Para reforçar a presença dos “véios” de pastoril no Recife, Mangaba anunciou que no carnaval (em data ainda não definida),  os brincantes irão às ruas com um novo bloco carnavalesco: o Surubão dos Véios, com direito a dança com as pastoras. Não vai sobrar para quem quer…

Veja o vídeo com os momentos finais do “Grande Encontro” dos “véios” de Pastoril

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Texto, foto e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife

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