Gavião relógio: Imponente, raro e ferido

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A origem do seu nome é, no mínimo curiosa: falcão-relógio (Micrastur semitorquatus). Isso porque canta muito ao amanhecer. Pouco comum em áreas urbanas – habita o interior das matas e é considerado de difícil observação – a ave de rapina foi encontrada no interior de um condomínio, no município de Jaboatão dos Guararapes. Estava ferido, sem conseguir abrir as asas, nem voar. Parecia apático, com os membros inferiores muito rígidos. Mesmo assim, especialistas que o examinaram não constataram nenhuma alteração neurológica.

A ave foi entregue há alguns dias à Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh) e já está no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas Tangara), para recuperação e posterior introdução à natureza. O Cetas funciona desde 2015, mas é a primeira vez que recebe um exemplar da espécie, que pode ter sido vítima de algum tipo de traumatismo (decorrente até de colisão em voo), infecção ou intoxicação. Trata-se de uma espécie florestal  e tem, em média, entre  46 e 56 centímetros.

O falcão-relógio é caçador de outras aves, cobras, lagartos e até de pequenos mamíferos. Segundo a Cprh, o gênero Micrastur é constituído de falcões de hábito florestal, com estreito vínculo ecológico com este ecossistema, habitando preferencialmente  a copa das árvores mais altas, o que explica a dificuldade de visualização. “A presença da espécie na área onde foi encontrada é mais um alerta para a necessidade de conservação dos remanescentes da Mata Atlântica nordestina”, informa Cprh.

A entrega voluntária à CPRH foi feita por Carlos Eduardo da Paixão, chefe de Segurança do Condomínio onde a ave foi achada. “Vi que ele estava ferido, provavelmente na asa, andando com dificuldade e sem conseguir voar. Fiz logo o resgate e espero que tenha uma boa recuperação para que volte logo a voar”. O mesmo funcionário anteriormente já fez outras entregas de animais silvestres encontrados na área do condomínio, como cobras e gaviões. Nunca tinha visto, entretanto, um falcão-relógio.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife 
Foto: Divulgação/ Cprh

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