Fogo de espeto é risco no frevo

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Apesar da tentativa de esforço para disciplinar o comércio ambulante durante os festejos carnavalescos, a Prefeitura – ou pelo menos sua fiscalização – não tem sido suficiente para evitar alguns abusos, como labaredas de espetinho e uso de gás em carrocinhas de venda de comidas como pipoca e tapioca. É certo que todo mundo precisa trabalhar, mas é preciso que não se coloque em risco a segurança dos foliões.

Durante os percursos que venho fazendo, seguindo algum bloco, tenho constatado  muitos riscos. Por exemplo, será que uma carrocinha, assando churrasco, com  fogo alto no meio de uma multidão é compatível com a segurança dos foliões, como ocorreu no desfile do Escuta Levino, na quinta? Há dois anos, uma amiga sofreu queimaduras graves, no Poço da Panela, porque o recipiente com óleo quente de fritar batata de um ambulante virou em cima dela. Pense em um sufoco, em um sofrimento, e em uma alegria perdida. Naquele bairro, a invasão de ambulantes foi tão grande na semana pré, que os foliões mal podiam transitar em algumas vias. Não raro, no meio de fogareiros pegando fogo.

Cenas como esta da foto (na Boa Vista) não são raras nesses dias de folia e no meio de multidões, o que é um perigo. Nunca esqueci, dos tempos de criança, de um acidente com várias colegas que estavam em volta do pipoqueiro, quando a chama cresceu e atingiu meninas de minha classe, em frente ao Colégio Anglo Latino, onde estudei por dois anos, quando residi no bairro de Aclimação, em São Paulo. Até hoje, tenho horror de fogo carrocinha (como as que vejo nas praias e no meio das multidões), porque das cenas dramáticas da infância jamais esqueci.

Outra coisa: nas praias de Boa Viagem e Pina, o uso de botijões de gás são proibidos em carrocinhas e mesmo entre os barraqueiros, que são proibidos, por exemplo, de fritar peixe, camarão ou carne de sol à beira mar.  Medida de segurança, para evitar explosões.  Mas os espetos em brasa circulam livremente pela praia e dia desses, por pouco não houve um acidente com uma criança, que quase encosta o rosto  no braseiro da carrocinha. Cena que assisti, e cheguei a puxar a criança antes que o pior acontecesse. E por que, então, bojões vêm sendo tolerados – pelo menos na prática – em locais como o Boulevard da Rio Branco, principal via de pedestres ao Marco Zero? Em plena folia? Se bojões existem deviam estar confinados ao interior das barracas dos polos de alimentação. E não no meio da rua, oferecendo risco de acidentes aos pedestres/ foliões, não acham? Vi várias carrocinhas – incluindo de pipoca – que exibiam botijões, quando seus condutores, por algum motivo, abriam a porta para pegar algum material. Se na  praia é proibido, por que o botijão pode circular no meio de uma multidão muito mais comprimida e maior? Alguém sabe dizer?

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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