Fiz o tour “Caminhos dos Azulejos de Olinda” e recomendo. No sábado, 24 tem outro passeio

Fiz o passeio e recomendo. Idealizado pelo historiador e turismólogo Bráulio Moura, o “Caminho dos Azulejos de Olinda” faz uma incursão pela história dessa peça decorativa no nosso país, desde o século 17 até o início do século 20. O tour terá uma segunda edição no próximo sábado (24/9). Quem ainda não fez esse roteiro, precisa fazer. Isso porque além de caminhar pelas ruas da cidade histórica, conhecendo o significado dos seus estilos arquitetônicos, o visitante poderá desvendar alguns segredos dos prédios históricos. Eu, por exemplo, jamais poderia imaginar que nos subterrâneos do Convento de São Francisco, há uma sauna secular (desativada), que era usada para relaxar no passado pelos religiosos.

Tido como uma das mais importantes construções históricas do Brasil, o Convento de São Francisco é formado pela Igreja de Nossa Senhora das Neves, pelas capelas do Capítulo e da Ordem Terceira e ainda pelo claustro. Trata-se do mais antigo convento franciscano do país, pois sua construção foi iniciada em 1585, passando – depois – por várias reformas, já que foi destruído em 1632 e reconstruído em 1654, em estilo barroco. Na visita, Bráulio explica  a importância de cada painel daquele que é o maior conjunto de azulejos portugueses dos séculos 17 e 18 do Nordeste .

Segundo ele, os painéis abrigam diferentes ciclos de produção: repetição, figurativos, avulsos ou narrativos. Chama a atenção, a sequência de 16 painéis com cenas da vida de  São Francisco. O nosso roteiro incluiu, ainda, duas igrejas: a Matriz de São Salvador do Mundo (Catedral da Sé), que foi originalmente construída em 1540 (em taipa e madeira) e edificada em alvenaria em 1584. Também tivemos uma grande pausa na Igreja de Nossa Senhora do Amparo, que é mais recente do que as duas anteriores, datada originalmente de 1613 e reconstruída em 1644, após sofrer um incêndio (em 1631). No seu interior, acervo de azulejos portugueses seiscentistas e descrição do pouco que  restou dos azulejos originais do século 17

Além dos templos, com descrições detalhadas de estilos, datas e significados dos painéis de azulejos, o roteiro incluiu dez ruas e uns 17 imóveis, a maior parte residências que ostentam azulejos antigos, sejam portugueses ou franceses. E no roteiro, você vai aprender a distingui-los. Segundo o livro “Um dia em Olinda” (Plínio Santos Filho e Francisco Cunha), o azulejo chegou ao Brasil em fins do século 17, devido ao grande desenvolvimento dessa indústria em Portugal. Na época, o uso das peças decorativas nas fachadas representavam símbolos de status. Mas Bráulio ressalta que em Portugal essas peças eram usadas internamente, e que foi a partir do novo tipo de uso no Brasil que este também passou a ser adotado em Portugal. No passeio, você aprenderá muitas curiosidades sobre  esses azulejos, verdadeiras relíquias nas ruas de Olinda.

Confira algumas imagens do passeio, na galeria de fotos:

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Serviço
Evento: Walking Tour “Azulejos de Olinda”
Quando: sábado, 24/9
Local de saída: Avenida Liberdade, casa 100, em frente à Biblioteca Municipal de Olinda
Dica de localização:  bem próximo da Igreja do Carmo, que fica na Praça do Carmo, também conhecida como Praça da Preguiça
Horário:
8h30m, Olinda
Quanto: R$ 50
Onde comprar:  https://mpago.la/1fuUWbH/ ou no telefone  (81) 996051280 (WhatsApp)

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Conceição Campos / Cortesia

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One comment

  1. Esse passeio deve ter sido maravilhoso Letícia! Uma pena que não poderei fazer, tanto pela parte arquitetônica, como pela história! Mas faço questão de divulgar! Acredito que vale a pena para todos em geral e principalmente para os arquitetos! Dica Show!!

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