Sinceramente, já era tempo. Pernambuco tem uma população carcerária de cerca de 30 mil detentos, dos quais menos de 20 por cento têm algum tipo de ocupação. Trabalham na produção de pães, na limpeza dos presídios, em marcenaria, prestam serviços a empresas, consertam praças, jardins, entre outras atividades. Os outros 80 por cento não fazem nada, embora custem ao estado uma fortuna. E estão ali para se reeducar. Portanto precisam fazer alguma coisa. Todo mundo sabe que ócio sempre foi mau companheiro e tanto é assim, que é comum se ouvir dizer que os presídios são escolas do crime.
Pois hoje o Patronato Penitenciário, órgão de execuções penais vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), lançou o maior programa de qualificação profissional para reeducandos de Pernambuco. O anúncio da abertura de 2.025 vagas em cursos para reeducandos do regime aberto e livramento condicional foi feito pelo secretário Pedro Eurico, na sede do órgão, no bairro de São José, no Recife.
Nove cursos serão oferecidos: Mecânica de Moto, Pedreiro Geral, Pedreiro Revestidor, Doces e Salgados, Encanador, Eletricista Geral, Eletricista Predial, Pintura Predial e Gesseiro. Tudo em parceria com a Associação Brasileira de Desenvolvimento Econômico e Social dos Municípios. Assim, quando o preso sair da cadeia poderá exercer alguma profissão. Deixar de lado o tráfico, o furto, o roubo. Alguns presos têm revelado talento para o artesanato. Eles têm peças comercializadas na Central de Artesanato de Pernambuco e até expuseram na Fenearte.
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Adeilson Lima / Divulgação /SJDH