Fim do ciclo natalino: Vão-se pastoris, reisados, bois de Natal e chegam as orquestras e passistas

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Com a queima da Lapinha – formada pelas palhas da manjedoura dos presépios – recolhem-se as roupas dos brincantes do Pastoril, do Reisado, do Cavalo Marinho e outros folguedos do Ciclo Natalino, e assume-se logo as fantasias que os foliões vão usar no carnaval. Pelo menos, é o que ocorre em Pernambuco, onde os pandeiros do Pastoril, por exemplo, e dão lugar aos instrumentos de pau e corda ou de metal, que são usados na interpretação musical de vários tipos de frevo, como o de bloco e o de rua.

Em pelo menos duas localidades do Recife, o frevo deu partida, na noite da sexta-feira, 6 de janeiro, consagrada ao Dia de Reis, data tradicionalmente usada no estado para queimar as palhas da Lapinha, quando as pessoas que assistem à cerimônia colocam papéis com pedidos para o ano que se inicia. Estive no Bairro da Várzea, onde a Queima da Lapinha contou não só com presença de pastoras dos cordões Azul e Encarnado, como quase todo o elenco de personagens dessa manifestação religiosa e popular: Diana, Anjos, Borboleta, Mestra, Camponesa, entre outros.

No Bairro da Várzea, Queima da Lapinha tem cerimônia mais intimista do que no centro. Mesmo assim, festa!

A cerimônia da Várzea, como era de se esperar, terminou em frevo, com o desfile do Bloco Lírico Flores do Capibaribe. Após queimada a Lapinha, as pastoras e o bloco voltaram para a sede do Peixe Beta, onde teve início um baile carnavalesco e gratuito, para a população do bairro e curiosos que assistiram à liturgia popular. No Centro do Recife, onde a cerimônia tem o apoio da Prefeitura, o cortejo passou por várias ruas e terminou no Pátio de São Pedro, local onde é costume acontecer a queima da Lapinha.

Como na Várzea, o encerramento do ciclo natalino foi marcado por muito frevo.  Além dos doze pastoris que ocuparam as ruas dos bairros de Santo Antônio e São José, a festa contou com duas orquestras de frevo. Feitos os pedidos e escritos os desejos da plateia e brincantes, e os acordes dos metais do frevo dominaram o Pátio de São Pedro. Depois de cantadas as jornadas de Pastoril, vieram os frevos de rua e os frevos de bloco, com as passistas de Zenaide Bezerra, companhias de dança e Bloco Lírico Pierrot de São José.

Ah, ia esquecendo… A Queima da Lapinha teve uma “inflação” de “véias” de pastoril, às quais dedicarei uma postagem exclusivamente para elas. O “Véio” de pastoril é um personagem normalmente interpretado por um ator masculino, e aparece normalmente no chamado pastoril profano ou de ponta de rua, dançando, brincando com as pastoras e o público e fazendo piadas picantes. Mas desde 2022, que tem “véia” comandando a festa na Várzea. E, em 2023, elas foram pelo menos 14. O assunto é tão interessante que o #OxeRecife fará um post só sobre elas…..

No vídeo abaixo, você confere o cortejo de pastoras e bloco lírico “Flores do Capibaribe”, na Várzea

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins´(e vídeo) e Genival Paparazzi / G.F.V Paparazzi / ZAP (81)995218132)/ gfvpaparazzi@gmail.com

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