Passei na festinha da Horta Comunitária de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, onde os moradores se juntaram para recuperar um terreno degradado, esquecido pelo poder público, e tomado pelo lixo. Detalhe: pelos projeto imobiliário, quando foi feito o loteamento da área, duas praças deveriam ter sido implantadas. Mas isso não ocorreu. E a comunidade decidiu ocupar uma delas com fruteiras, hortaliças e ervas medicinais. E o lugar está lindo, bem diferente da paisagem anterior, ainda tão comum em todos os bairros do Recife, onde o abandono e o lixo andam sempre juntos.
Teve comidinhas, ciranda, forró, venda de artesanato e mudas. Para facilitar as ações do bairro, foi criado o Instituto Casa Amarela Saudável e Sustentável, através do qual alguns projetos foram viabilizados. Dois deles: capacitação para trabalho em hortas comunitárias e a reforma da Biblioteca de Casa Amarela. “Para o primeiro, conseguimos recursos junto ao Fundo Casa de São Paulo, e capacitamos 50 pessoas para trabalhar na horta. No segundo, tivemos o apoio da Secretaria de Segurança Urbana, para a reforma da biblioteca”, diz Wanderson Holanda, Coordenador do Instituto Casa Amarela Saudável e Sustentável.
“A Biblioteca, que estava fechada e sem a menor condição de atendimento ao público foi toda reformada, ganhou novos livros e todos os meses fazemos algum tipo de evento, inclusive com contação de histórias”, diz. A cada dia, chegam novos colaboradores para a horta urbana, que está bem viçosa. Agora, o Instituto está entrando com pedido na Prefeitura, para o local seja considerado formalmente uma praça-horta. “Na verdade, uma unidade de equilíbrio ambiental”, explica Glória Brandão, que faz parte da instituição. “A nossa luta é para que o espaço público seja aproveitado como área de convivência, com urbanização, humanização e sustentabilidade”. A comunidade tem pressa. Quer logo a formalização da praça, antes especulação imobiliária queira ocupar o espaço com um espigão.
Ainda na Zona Norte, houve uma tarde zen, no Poço da Panela, à margem do Rio Capibaribe, onde os moradores vêm implantando outra área de convivência, que vivia abandonada e tomada pelo lixo, o Jardim Secreto. Já limpo, o terreno de 3 mil metros quadrados teve uma tarde de mantras, meditações e confraternização, ao cair do sol, com muita energia positiva e paz. O local fica ao final da Rua Marquês de Tamandaré, à beira do Rio. E onde as crianças do bairro agora costumam brincar. No momento, um poço vem sendo perfurado, várias hortaliças começam a brotar, e até um minhocário para adubação dos canteiros já foi implantado. Por solicitação da Associação de Moradores de Amigos do Poço da Panela (Amapp), a Prefeitura colaborou com a limpeza do terreno, de onde já foram retirados uns dez caminhões de lixo.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife
Que maravilha ,depois do feriado vou aparecer na casa de Clarissa! Vivaaaaa.
.. Amoreee e. …