Festival Lula Livre vira carnaval

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Se o ex-Presidente Lula saísse da prisão sem ter noção do tempo e desembarcasse de olhos vendados no meio do Recife, hoje, talvez pensasse que não estamos no fim do ano, mas em fevereiro. Isso porque o clima que se vê neste domingo de alta temperatura, durante o Festival Lula Livre é um verdadeiro carnaval. O  Presidente Lula chegou à capital no inicio da tarde, e seguiu direto para um hotel, na praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

Além do Eu Acho é Pouco  –  bloco que surgiu como forma de resistência política durante a ditadura – muitos outros levaram seus estandartes e flabelos para o cortejo que saiu do Armazém do Campo, na Rua do Imperador, para o Pátio do Carmo, onde o petista é esperado, na primeira participação em manifestação pública depois que alcançou a liberdade. Ele deve chegar ao local por volta das 17h20.  Mas após a saída do ex-Presidente, a festa continua com apresentação de pelo menos 17 atrações, incluindo Odair José e Otto.

Blocos de frevo, blocos de pau e corda, troças, la ursas,  escolas de samba fizeram questão de colocar seus estandartes e flabelos nas ruas. Até mesmo boneco gigante de Lula tinha no cortejo político carnavalesco. Tanta animação não é à toa. Como todos os estados nordestinos, o PT ganhou as eleições presidenciais de 2018 em Pernambuco, onde nasceu o ex-Presidente e ao qual destinou verbas generosas durante seus mandatos, principalmente na gestão do então Governador Eduardo Campos (PSB) – já falecio – à época aliado da maior liderança do PT, partido com o qual rompeu para disputar a sucessão presidencial. Mas o Movimento Vem Prá Rua – que apoia o Presidente Jair Bolsonaro – não se omitiu e marcou presença em outra área do Recife (Pina, Zona Sul) com o Pixuleco, que tinha sumido das ruas desde a prisão do petista. Semana passada, segmentos da direita fizeram manifestação no Recife.

No final da tarde, o frevo cedeu lugar ao funk, no palco do Festival, quando cantoras convidadas gritavam slogans como   Lula Livre, “que veio para ficar” e “Bolsonoro é o carai”. Houve formas curiosas de movimentar o público – “Pula, pulando, quem não pula é miliciano”. Manifestações de solidariedade ao povo do Chile e da Bolívia também  foram frequentes. Embora previsto para falar às 15h20, até 18h10h Lula não havia feito seu esperado discurso. Enquanto isso, Odair José – que também  foi vítima do regime militar, com músicas censuradas – destilava seu brega em um dos seus maiores sucessos com versos: como “Eu vou tirar você desse lugar”, “não interessa o que os outros vão pensar”.  Conclamou o público para ver “se se consegue acabar com esse sequestro político”. Depois, entoou: “Cadê você, que não aparece para me fazer sorrir”, gritou Lula Livre e entoou em rítimo de parabéns para você, o clássico Olê, olê, olá, Lula, Lulá. Segundo os organizadores do evento, cerca de 200 mil pessoas estão no Pátio do Carmo.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Festival Lula Livre

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