Fim de semana movido a cinema em Pernambuco. Há os festivais Cine-PE (no Recife), o Curta na Serra (Serra Negra, em Bezerros, no Agreste) e o Festival de Cinema de Triunfo (no Sertão). Cada qual com seu charme. No Recife, o Cine São Luiz, com plateia cheia, lembra os velhos tempos de glória, assim como o Teatro do Parque, que foi restaurado e ganhou de volta o esplendor do início do século passado.
Em Bezerros (foto abaixo), o Curta na Serra chegou à quarta edição, levando milhares de pessoas a assistir filmes vindos de várias partes do Brasil. Detalhe: o Festival é ao ar livre, movimentando a Serra Negra, cujo clima e vegetação exuberante atraem turistas por todo o ano. E em Triunfo, nem precisa falar. A cidade mais bonita do Sertão pernambucano teve o Theatro Cinema Guarany (foto acima) restaurado e reinaugurado no Festival que, por sinal, terminou no sábado. Foram 38 participantes, vindos de doze estados brasileiros nas mostras competitivas de curtas, longas e infanto juvenis.
Muito salutar que o cinema esteja movimentando as cidades do Sertão, Agreste, da capital e as pessoas. Até porque ao longo das últimas décadas, muitas cidades do interior tiveram seus cinemas fechados, como se a televisão os substituísse. No Recife, fecharam os de rua. À exceção do São Luiz, do Teatro do Parque e do Cinema do Museu, os outros funcionam em shopping-centers.
Para completar, desde a pandemia que os três principais jornais de Pernambuco excluíram dos seus noticiários a programação dos cinemas. É verdade que eles estiveram fechados, durante a crise sanitária. Mas… depois que estes reabriram, os grandes veículos de comunicação passaram a ignorá-los e excluíram a programação de filmes de sua pauta diária. Ou seja, é como se eles não existissem. Eles não constam nem mesmo na versão digital dos veículos. Um absurdo! Restam aos espectadores, procurar nas redes sociais das casas exibidoras. O que, convenhamos, não deixa de ser um saco, porque se perde um pouco mais de tempo, não é não?..
Em Triunfo, o clima era de magia. O Theatro ficou lindo, principalmente à noite, iluminado. Filmes e realizadores de vários estados brasileiros participaram da programação: Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Santa Catarina, Distrito Federal, Goiás, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, promovendo um intenso intercâmbio de pensamentos e ideias sobre o audiovisual. Os premiados da 13ª edição do Festival de Cinema de Triunfo já são conhecidos. Veja quem são:
TROFÉU CINECLUBISTA: Melhor filme para reflexão Nossas Mãos Sagradas, de Julia Morim; Menção honrosa, Pode falar – Uma autoficção, de Evandro Manchini
PRÊMIOS DA ABD/APCI: Melhor Curta-metragem dos Sertões, Dentra, de Bruna Florie; Melhor Curta-metragem Pernambucano, Da Boca da Noite à Barra do Dia, de Tiago Delácio; Melhor Curta-metragem Nacional, Andrômeda, de Lucas Gesser; Melhor Curta-metragem Infanto-juvenil, Rua Dinorá, de Natália Maia e Samuel Brasileiro
PRÊMIOS DO JÚRI POPULAR DE CURTA-METRAGEM: Longa-metragem Nacional, O Bem Virá, de Uilma Queiroz; Curta-metragem Nacional, Time de Dois de André Santos; Curta-metragem Infanto-juvenil, Rua Dinorá, de Natália Maia e Samuel Brasileiro; Curta-metragem Pernambucano
Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho; Curta-metragem dos Sertões
Voz do relho: um filme sobre Joaneide Alencar, de Leonardo Soares e Marcelo Medeiros
PRÊMIOS DO JÚRI OFICIAL DE CURTA-METRAGEM: Menção honrosa, Um filme com Celso Marconi, de Helder Lopes e Paulo de Sá Vieira; Cabocolino, de João Marcelo; Da boca da noite a barra do dia, de Tiago Delácio; Curta-metragem Nacional, Poder falar – uma autoficção, de Evando Manchini; Curta-metragem Infanto-juvenil, Capitão Tocha, de Mateus Amorim; Curta-metragem Pernambucano, Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho; Curta-metragem Sertões
Dentra, de Bruna de Florie; Melhor Direção, Matheus Farias e Enock Carvalho, por Inabitável; Melhor Fotografia; Petrônio Neto, pelo filme Andrômeda; Melhor Montagem, Evandro Manchini, pelo filme Poder Falar- Uma autoficção; Melhor Roteiro, Matheus Farias e Enock Carvalho, pelo filme Inabitável;Melhor Produção, Catarina Doolan, Geórgia Hacradt, Pedro Medeiros, pelo filme Vale do Vento Eterno; Melhor Direção de Arte, Bianca Feitoza, pelo filme Lamento de Força Travesti; Melhor Trilha Sonora
Ronaldo Lafayer e Steve Patuta pelo filme Vale do Vento Eterno; Melhor Som, Jean Gengnagel e Cicero Bordignon pelo filme Nonna; Melhor Ator, Evando Manchini, pelo filme Poder Falar- Uma autoficção; Melhor Atriz, Luciana Souza, pelo filme Inabitável
PRÊMIOS DO JÚRI OFICIAL LONGA-METRAGEM
Menção honrosa, O Povo Pode?, de Max Alvim; Melhor Filme O Bem Virá, de Uilma Queiroz; Troféu Fernando Spencer, Personagem Jack Celeste, de Germino Pétalas no Asfalto; Melhor Ator, Luciano Pedro Junior, pelo filme Carro Rei; Melhor atriz, Suzana Castelo, pelo filme Delicadeza; Melhor Som, Julio Matos, pelo filme Germino Pétalas no Asfalto; Melhor Trilha Sonora, DJ Dolores, Filme Carro Rei; Melhor Direção de Arte, Mônica Martins, pelo filme Delicadeza;Melhor Produção, Sérgio Oliveira pelo filme Carro Rei; Melhor Roteiro, Uilma Queiroz, pelo filme O Bem Virá; Melhor Montagem, Luiza Fagá, pelo filme Germino Pétalas do Asfalto; Melhor Fotografia, Aldo Ribeiro e Ricardo Stuckert pelo filme O povo pode?; Melhor Direção, Uilma Queiroz, pelo filme O Bem Virá
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação dos festivais