Fui na noite da quarta-feira ao Sítio Trindade, para ver a Exposição Culinária Afro-Brasileira no Ciclo Junino, em sua primeira edição. Festa linda, em homenagem a Xangô, e também um evento de resgate e afirmação da cultura de origem africana.
Houve participação de afoxés, maracatus do tipo nação – como o do terreiro de Pai Adão – e também distribuição gratuita de pratos que têm a ver com a gastronomia dos terreiros. Foram dez barracas, com expositores que são mestres da tradição afro.
Eles mostraram pratos à base de milho, mandioca, quiabo farinha, camarão, entre outros ingredientes, que são usados para celebrar os orixás. Entre as iguarias, o gbègiri e o amalá, comidas prediletas de Xangô, orixá considerado rei dos reis. Após apresentação cultural, o Àjòdún (cânticos), houve degustação, com distribuição gratuita das iguarias.
Até que tentei experimentar alguma delas porque o aroma que se espalhava pelo ar denunciava a delícia dos sabores. Mas a filas faziam caracóis. E então, desisti de comer vatapá, caruru, angu e outras iguarias e fui ver o concurso de quadrilhas, em um palhoção, ali perto. Ontem não houve shows no Sítio Trindade. Mas a programação promete esquentar nessa quinta-feira. A previsão é que entre 21 e 23h subam ao palco principal: Quinteto violado, Genival Lacerda, Josildo Sá e Petrúcio Amorim. Ou seja, forró não vai faltar. E viva a Xangô e São João.
Veja vídeo da festa afro:
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Texto, foto e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife