Feira Ojá: empreendedores negros, economia criativa, consumo consciente

Compartilhe nas redes sociais…

O sábado (2/8) é dia da Feira Ojá, evento que reúne 37 empreendedores negros (em sua maioria mulheres), no Sesc Santa Rita, no bairro de Santo Antônio. Para os participantes, o evento representa um novo capítulo na história do Cais de Santa Rita, que no passado era utilizado como ponto de desembarque e venda de africanos, que seriam escravizados. Em sua quarta edição, a Feira tem por objetivo  fortalecer o afroempreendedorismo, a economia criativa e o consumo consciente entre a população negra. A Ojá abreàs 13h e o acesso é gratuito.

Segundo os organizadores da Feira, a palavra “Ojá” tem origem no iorubá (idioma de origem africana), e significa “mercado”. Unindo-se ao termo “afro”, o nome remete a um mercado de ancestralidade, afeto e troca entre saberes negros. “A feira propõe uma ocupação simbólica do centro da cidade, transformando um espaço historicamente ligado à escravidão em um território de criação e protagonismo”, informam os empreendedores..

Os expositores apresentarão uma variedade de produtos e serviços nos segmentos de moda afro-brasileira, acessórios, turbantes, cosméticos naturais, alimentos típicos da culinária afro, além de trança, corte de cabelo e estética afrocentrada. “Cada estande carrega a trajetória de quem encontrou no empreendedorismo um caminho para gerar renda e valorizar a própria identidade”.

Grupo Daruê Malungo é uma das atrações cuturais da Feira Ojá, com produtos de empreendedores negros

A Feira também conta com uma programação cultural diversa. Às 13h30, será realizada a roda de conversa “Mulheres Negras na Produção Musical Pernambucana”, com participação das artistas Gabi do Carmo, Bione e Dany, que compartilharão suas trajetórias no cenário musical local. Às 16h, a contadora de histórias Magda Alves conduz uma sessão com narrativas afrocentradas.

Em seguida, às 16h30, o grupo Daruê Malungo apresenta o espetáculo Agbará Obinrin (foto central), que reverencia o sagrado feminino. A programação cultural se encerra às 18h com o grupo Edún Àrá Xangô, que traz ritmos ligados à espiritualidade afro-brasileira. Durante o evento, o público poderá participar do sorteio de livros afrocentrados mediante a doação de um quilo de alimento não perecível. As doações serão destinadas ao Programa Cozinha Brasil, iniciativa do Sesc voltada ao combate à fome e à promoção da segurança alimentar.

Há, ainda, duas atividades formativas. A vivência “Roda de Dança Circular – Corpo Presente” propõe movimentos inspirados em práticas corporais africanas e afro-brasileiras, com foco em escuta sensível, respiração e reconexão com a ancestralidade. Já a oficina “Elaborando seu Portfólio como Empreendedor Negro” orienta os participantes sobre como organizar seus produtos e serviços, comunicar sua trajetória nas redes sociais e ampliar sua visibilidade no mercado.Mas já foi ministrada nessa terca-feira, pelo jornalista Salatiel Cícero.

As ações da Afroja Sesc se somam à programação do Festival Quariterê, promovido pela Rede Sesc de Bibliotecas, que atua com o tema do autocuidado como prática política, ancestral e coletiva.

Leia também
Zarina Modas prepara coleção inspirada na  estética da cultura africana
Zarina vira referência na moda preta
Dia da Consciência Negra: as pretinhas na moda ganham passarela
Moda preta autoral em conexão astral realiza desfile afro com modelos da periferia
Moda Preto Soul: Viva a negritude!
Dia da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha
Futuro Black e Christal Galeria das artes: negritude e mulheres empoderadas
Semana da Consciência Negra: Daruê Malungo coloca cultura afro em movimento
Mês da Consciência Negra:  desfile, palestras, igualdade racial
Dia da Consciência Negra: Vilma Queiroz e as pretinhas da moda
HIstória: Lugares de memória da escravidão da escravidão e da cultura negra em Pernambuco
Conheça a histórica de Munducuru, herói negro da Confederação do Equador
Eduardo Ferreira lança Coleção Aláfia na abertura do Muafro no Recife Antigo
Diáspora africana e a brincadeira da burrinha: a conexão Benim-Pernambuco
Ervas sagradas ganham sementeiras
Bahia tem ritual de paz e respeito à liberdade religiosa
Baobás de Pernambuco são sacralizados na Bahia
Trio expert em baobá, a árvore da vida
A árvore do esquecimento
Cortejo religioso em Salvador
Pipoca é alimento sagrado?
Ojás contra o racismo religioso
Contra as práticas de branqueamento
Navio alemão acusado de racismo
Navio Negreiro no Barreto Júnior
A simbiose entre a Igreja Católica e os terreiros
Pai Ivo de Xambá vira Doutor Honoris Causa
A sabedoria ancestral da Griô Vó Cici
A herança afro na música brasileira
Sítio Trindade tem gastronomia afro
Festa para São João e Xangô
Católica bota Xangô na ordem do dia
Qual o mal que lhe fez Yemanjá?
Michele Collins entre a mobilização e a pressão dos terreiros
Preconceito religioso tem reparação
Inaldete Pinheiro ganha homenagem
Uana Mahim: Sou preta, negra e fera
Dia da Consciência Negra: Dicas de leitura
De Yaá a Penélope africana
Nação Xambá, 88 anos de residência 
Resgate histórico: Primeiro deputado negro do país era pernambucano
O grito dos excluídos por independência verdadeira no século 19 e a esquecida Maria Felipa
Joana, a única mestra de Maracatu
Nego Henrique oferta oficina de percussão
Dia da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha
Expô sobre terreiros termina na terça
Jurema sagrada vira exposição

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Acervo #OxeRecife

Continue lendo

Mês da Consciência Negra: Expô “Sagrados” mostra moda inspirada em orixás

Goiana: Sobrado que abrigava abolicionistas precisa de restauração

Festival Tramas Negras circula pelo Muafro, Paço do Frevo, O Poste e Daruê

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.