A torre do relógio da Faculdade de Direito do Recife começou a ser removida na manhã de hoje e o trabalho ainda não acabou. “É uma operação de guerra”, definiu Jorge Passos, Diretor Técnico da Empresa Jorge Passos – Arquitetura e Restauração, que é a responsável pelo projeto executivo de recuperação do prédio histórico, uma das principais relíquias arquitetônicas do Recife. Dez homens e dois guindastes foram acionados para a ação. A torre pesa cerca de 300 quilos e tombou na semana passada, obrigando a FDR a suspender as aulas, para evitar riscos aos alunos e servidores.
A torre faz parte da primeira parte da quinta etapa de restauração da FDR, que vem em processo de reforma desde 2007. Agora, serão contemplados a fachada traseira do prédio (que é tão bonita quanto a dianteira, e na qual está situada a torre em questão). E, além da própria torre, a abóbada final e o relógio, que está sem funcionar há um bom tempo. A licitação para os trabalhos já havia sido efetuada mas enfrentou questionamentos judiciais. Só nesta semana, o processo foi concluído e empresa escolhida para a reforma foi a JME Engenharia. “A ação de hoje já é feita com dois guindastes da JME”, disse Passos. Ele informou que esses trabalhos estão orçados em R$ 6 milhões.
Passos – que também esteve envolvido nas reformas anteriores – diz que já tem outra prevista que exigirá investimentos de aproximadamente R$ 9 milhões (partes internas, incluindo piso). Mas a previsão orçamentária ainda não está concluída, segundo informa Jonathan de Carvalho, Coordenador de Infraestrutura na CGC da FDR. Já Passos conta que os serviços são de “natureza complexa”. E acrescenta: “Não é fácil fazer reforma ou restauração em prédio riquíssimo como esse. O trabalho é muito meticuloso”.
Embora necessite de reforma, a torre – por ser um objeto de arte – não sairá da FDR, para “para não haver extravio de peças”. O arquiteto informa, ainda, que os elementos decorativos (“a carenagem”) encontram-se intactos, mas que as estruturas metálicas internas estão muito comprometidas. Foi por esse motivo que, na semana passada, Passos recomendou a remoção da torre, já que ela ameaçava desabar. O #OxeRecife deu a notícia com exclusividade, e só no Facebook – uma das redes sociais do Blog – mais de 11 mil pessoas se interessaram pelo assunto. A Faculdade de Direito do Recife foi criada pro decreto imperial, e passou a funcionar inicialmente em Olinda. Já o histórico prédio da Boa Vista só começou a ser construído em 1907, e passou a receber os alunos em 1912. Veja nos links abaixo, mais informações sobre esse patrimônio do Recife.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Projeto Memória Acadêmica da FDR/ Divulgação
Prezada Jornalista Letícia,
Aqui é Jonathan, Coordenador de Infraestrutura do CCJ. Sobre a matéria da torre da FDR, verifiquei um informação equivocada, que acho que pode ter sido erro de digitação “trabalhos orçados em 100 milhões”. A 1 parte da 5 etapa da obra já licitada equivale a cerca de 6 milhões, a 2 parte a cerca de 9 milhões, está ainda sem previsão orçamentária. Se quiser posso lhe passar os valores exatos durante a semana, através dos telefones 2126-7854 ou 7859
Vou corrigir. Foi o que entendi pelo telefone.
Agradecemos pela retificação.