Exposição “Semprenunca fomos modernos” no Museu do Estado

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Um centenário se passou, mas quando se fala na Semana de Arte Moderna de 1922, quais são os nomes do Modernismo que afloram à nossa memória, com base nos livros da escola e das universidades? Mário de Andrade (1983-19945), Oswald de Andrade (1890-1954), Graça Aranha (1868-1931), Anita Malfatti (1889-1964), Ronald de Carvalho (1893-1935), Menotti Del Picchia (1892-1988).

É que embora a Semana tenha acontecido em São Paulo e aqueles nomes tenham ganhado projeção, houve artistas e escritores que lançaram manifestos durante a primeira fase do movimento modernista no Brasil, entre 1920 e 1930. Em Pernambuco, “Manifesto Regionalista”, liderado por Gilberto Freyre (1900-1987) foi um deles. O Estado, aliás, “teve e tem um dos modernismos mais contundentes, com características, padrões de cor, ética e temáticas próprias”, segundo revela o livro Pernambuco Modernista,  do jornalista escritor Bruno Albertim. “Há uma preocupação com a identidade regional, com a insolação tropical, com essa cultura popular, que começa a ser digerida por esses artistas de classe média e de elite, em favor da construção de um discurso regionalista”, emenda o autor que lançou o livro em julho, na Bienal  Internacional do Livro de São  Paulo. Entre os artistas que são citados na obra, estão os que integraram os primórdios do modernismo pernambucano – Cícero Dias, Lula Cardoso Ayres, Vicente do Rêgo Monteiro (foto ao lado) – e também os que aturam em meados do século 20. Tais como José Cláudio (foto superior), Francisco Brennand, Tereza Costa Rêgo, Gilvan Samico, João Câmara, Raul Córdula, Montez Magno, Reynaldo Fonseca e Guita Charifker.

O livro é uma publicação da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), que na próxima sexta-feira (5/8) realiza a exposição Semprenunca fomos modernos. São 109 obras baseadas no livro Pernambuco Modernista, do jornalista e antropólogo. A mostra será inaugurada das 19h às 21h, no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), para convidados. E estará aberta ao público de 6 de agosto até 25 de setembro.  Com curadoria assinada pelo diretor do Mepe, Rinaldo Carvalho, ao lado de Bruno Albertim, da historiadora Maria Eduarda Marques e da especialista em Artes Visuais Maria do Carmo Nino, o objetivo desta exposição é trazer novas narrativas visuais, inclusivas, diversas e plurais sobre a arte moderna no Estado.  As obras se distribuem em núcleos argumentativos, desde os primórdios do modernismo pernambucano até chegar aos modernistas contemporâneos. “São artistas do século 21 que socialmente fazem parte de grupos invisibilizados, como mulheres, negros e pessoas trans, que até pouco tempo não tinham o direito de escrever a história visual de Pernambuco”, resume Bruno.

O curador define este último grupo como vozes dissonantes, mas que confirmam filiação a partidos estéticos e éticos muito caros ao modernismo pernambucano. “Sobretudo com o figurativismo e a adoção de uma paleta de cores que traduz a luz local. Além da revisitação às questões de identidade”, explica o curador, citando nomes como Clara Moreira, Fefa Lins, Juliana Lapa, Max Mota e Diogum. A exposição ocupará todas as galerias do Mepe e o Centro de Documentação Cícero Dias – Biblioteca do Mepe.

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Serviço
Evento: Lançamento da exposição Semprenunca fomos modernos
Onde: Museu do Estado de Pernambuco, Avenida Rui Barbosa, 960, Graças
Horário: 19h às 21h (para convidados)
A partir do dia seguinte, a exposição fica aberta ao público

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação

 

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One comment

  1. Excelente dica Letícia, mas mais do que isso um texto que nos convida para esse universo do movimento do modernismo pernambucano!
    👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽

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