Enquanto as ruas do Recife estão cheias de árvores assassinadas – tem até quem diga que a cidade hoje “cheira a pó de serra”, como é o caso do internauta Cezar Martins – há exemplos que merecem registro na iniciativa privada ou mesmo por conta de pessoas físicas, que fazem esforço para preservar o que resta do verde cada dia mais escasso na cidade.
Um exemplo interessante fica na Rua Paulino Gomes de Souza, 50, no bairro das Graças. Trata-se do Edifício Leonardo Priori, um sofisticado condomínio localizado na esquina da Rua do Futuro com a Paulino de Gomes Souza. O prédio dá os fundos para uma galeria comercial que fica na Rua do Futuro, 479. Entre os dois, havia uma mangueira. Havia não, há.

Durante a construção de um paredão separando os dois imóveis, ao invés de optar-se pela solução mais fácil (destruir a planta), foram feitos recortes na edificação para poupar galhos já bem crescidos da frondosa fruteira. Hoje, com o paredão coberto de hera, a mangueira está salva, com os galhos acomodados em “janelas”. A iniciativa praticamente passa despercebida por todos aqueles que transitam naquela área. Com a medida, ganharam os dois imóveis vizinhos. A árvore dá sombra para o pátio do prédio, enquanto a entrada da galeria reserva ar fresco para seus frequentadores.

Pertinho dali, na esquina da Rua Santos Dumont com a Avenida Rosa e Silva, outra iniciativa interessante, dessa vez do Condomínio Banguê, onde foi colocada uma grande rede que impede que os frutos de uma mangueira caiam nos automóveis que ficam no estacionamento. Na Rua Jacó Velosino, em Casa Forte, são muitas as calçadas – sejam de edifícios ou casas – que deixam espaço para plantas, tornando o passeio muito mais agradável. Isso é bom e necessário aqui no Recife, cujas árvores vêm sendo vítimas, cada vez mais, da motosserra insana.
Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife