Estive recentemente na praia Água Azul, no Caribe, e tomei um susto, quando fui comer as lagostas servidas em uma barraca, similar àquelas que temos nas praias daqui. Todas, sem exceção, estavam ovadas. Ou seja, um crime ambiental. Pelo menos o seria no Brasil, onde há períodos em que a pesca do crustáceo é proibida. E não só de lagostas, como também de caranguejos e guaiamuns, que contam com os chamados períodos de defeso. Ainda bem. Em caso contrário, esses bichos estariam mais escassos.
Hoje a Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh) devolveu à natureza 187 guaiamuns e 112 caranguejos ilegalmente capturados e que estavam à venda no Cabo de Santo Agostinho (Litoral Sul) e em Aldeia, em Camaragibe (na Região Metropolitana). Entre os crustáceos, havia muitas fêmeas e filhotes (carapaça com até 6 cm) no grupo. Ou seja, padrão inferior ao tamanho mínimo permitido. O guaiamum corre risco de extinção e terá a captura proibida a partir de 30 de abril deste ano, de acordo com portaria do Ministério do Meio Ambiente.
Além dos crustáceos, devolvidos aqui perto, em área de mangue, outros animais foram reintroduzidos à natureza nessa bendita segunda-feira: 243 aves foram liberadas em área de mata do Sertão do Araripe, de onde nunca deveriam ter saído. A área de soltura é monitorada pela Cprh. Elas haviam sido apreendidas pela Primeira Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), em Exu. O município sertanejo se localizada na Chapada do Araripe, a 688 quilômetros do Recife.
Os animais haviam sido reabilitados no Cetas Tangara, o centro de triagem de animais silvestres da CPRH, que fica no bairro da Guabiraba. Entre as aves que ganharam a merecida liberdade, estavam: 54 canários-da-terra, 44 galos de campina, 44 papa-capins e 28 ticos-ticos. E viva a natureza e a liberdade. agora livres em área de soltura monitorada pelo órgão ambiental.
Leia também:
Cprh desmonta rinha de brigas de galo
Canários da terra apreendidos
Aves novamente apreendidas no Sertão
Pássaros apreendidos em Aldeia
Mais de 9000 animais acolhidos em 2017
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Cprh/ Divulgação