Depois de produzirem 30 livros artesanais sobre seus respectivos bairros, crianças das escolas públicas do Recife parecem mesmo estar tomando gosto pela escrita. Após participarem de atividades de educação ambiental, quando conheceram os livros Ribe do Capibaribe e Garça Gracinha, decidiram escrever duas peças de teatro e um terceiro livro, este inspirado no segundo e na sua principal personagem, a Garça Gracinha. A nova publicação, produzida pelos estudantes – O Dia em que a Garça Gracinha Veio à Nossa Escola – será lançada na 12ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que ocorre entre os dias 3 e 13 de outubro, no Centro de Convenções – Cecon.
Com ajuda dos professores, crianças da Escola Municipal Nossa Senhora da Penha criaram os textos e utilizaram massa de modelar para criar figuras que foram fotografadas e serviram para ilustrações, compondo – assim – a impressão da edição do livro. “É tocante vê-los produzir com tanta empolgação e criatividade”, afirma Mônica Coelho, autora do Garça Gracinha. Já o livro Ribe do Capibaribe , que rendeu duas peças de teatro, foi produzido por pesquisadores do Inciti – Pesquisa e Inovação para as Cidades. O Inciti (Ufpe)tem por objetivo incitar conhecimentos capazes de transformar as cidades, e é um dos responsáveis pela idealização do chamado Parque Capibaribe, no qual se inclui o Jardim do Baobá.
Alunos da Nossa Senhora da Penha e da escola Novo Mangue, apresentaram peças de teatro baseadas em Ribe, uma capivara que enfrenta a poluição do Capibaribe e da cidade, e que vem sendo utilizada para educação ambiental. As produções da meninada foram divulgadas durante atividade no icônico Jardim do Baobá (foto ao lado), localizado perto do Parque da Jaqueira e à margem do rio mais famoso do Recife. O local vem sendo muito usado para atividades externas de escolas.
Segundo a Gerente de Formação de Leitores e Educação Ambiental, Martha Azevedo, mensalmente, há atividades ao ar livre com alunos de diversas escolas, envolvendo literatura, arte e meio ambiente. Os participantes desenvolvem a leitura, a criatividade e e ficam com mais consciência sobre preservação ambiental. “Estamos formando um cidadão que se importa com rio e com o meio ambiente”. A iniciativa da produção de textos é do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores, que estimula a leitura e o hábito de escrever entre os alunos da rede pública do Recife, o que é muito salutar.
O Programa já possibilitou a produção de mais de 30 livros sobre bairros do Recife, com parte desses textos reunidos em uma outra publicação, com o selo da Fundação Joaquim Nabuco. O caso da Garça Gracinha foi curioso. “A gente sempre faz atividades literárias e culturais. Neste mês, como havia a questão ambiental do Rio Capibaribe, a atividade teve apoio do Incit. Eles conheceram os dois livros e, quanto à Garça Gracinha, resolveram produzir uma outra história à maneira deles”, diz Ivana Cavalcanti, coordenadora do PMBFL .
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: PMBFL / PCR